
O incrível beija-flor

O beija-flor é uma ave que pode bater suas asas de 70 a 80 vezes por segundo.
Porém, existe o beija-flor de chifres (Heliactin cornuta), do Espírito Santo, de Minas Gerais e Goiás, que detém, de acordo com o Guiness, o recorde de velocidade em batimento de asas: 90 vezes num único segundo.
O esqueleto e constituição muscular dos beija-flores estão adaptados de forma a permitir um vôo rápido e extremamente ágil. São as únicas aves capazes de voar em marcha-ré e de permanecer imóveis no ar.
Seu coração chega a atingir incríveis 1800 batidas por segundo. E para dormir, ele pousa em um galho e entra em estado de torpor, reduzindo seu batimento cardíaco para apenas 30 vezes por minuto!
Exemplos extremos são espécies mexicanas em que o batimento cardíaco despenca de 1260 por minuto, em alta atividade diurna, para apenas 36 por minuto, durante o etárgico sono noturno. É uma variação absurda, para um animal em que a pulsação, em repouso, gira em torno de 480 por minuto.

O bico é normalmente longo, mas o formato preciso varia bastante com a espécie e está adaptado ao formato da flor que constitui a base da alimentação de cada tipo de beija-flor. Uma característica comum é a língua bifurcada e extensível, usada para extrair o néctar das flores.
Os beija-flores são aves de pequeno porte, que medem em média 6 a 12 cm de comprimento e pesam 2 a 6 gramas.
Tal como a maioria das aves, o sentido do olfato não está muito desenvolvido nos beija-flores; a visão, no entanto, é muito apurada. Para além de poderem identificar cores, os beija-flores são dos poucos vertebrados capazes de detectar cores no espectro ultravioleta.

A alimentação dos beija-flores é baseada em néctar (cerca de 90%) e artrópodes, em particular moscas, aranhas e formigas.
É possível atraí-los para fontes artificiais de soluções açucaradas, os chamados "bebedouros" para beija-flores. Trata-se de recipientes com corolas artificiais onde é colocada uma solução açucarada cuja concentração recomendada é de 20%. Uma crença, que tudo indica foi iniciada a partir de uma publicação de autoria do naturalista Augusto Ruschi, diz que o uso desses bebedouros pode ocasionar doenças nessas aves, podendo até matá-las. Porém não há, na literatura ornitológica, nenhum trabalho científico comprovando isto.

A doença à qual Ruschi se referiu seria a candidíase, infecção oportunista causada pelo fungo Candida albicans, que acometeria a boca dos beija-flores. É possível que esse autor tenha de fato observado essa doença em seus beija-flores, mantidos em viveiros, pelo fato de se encontrarem imuno-deprimidos pelas próprias condições do cativeiro. De qualquer forma, é aconselhável que todos que forem se utilizar desse artifício para atração de beija-flores para seus jardins, sacadas, etc, que procedam à limpeza diária dos bebedouros e troca da solução açucarada preparada sempre com açúcar comum, evitando utilizar mel, açúcar mascavo e outros preparados, com maior facilidade de fermentação.

Duas espécies de beija-flor extinguiram-se no passado recente: esmeralda-de-Brace (Chlorostilbon bracei) e esmeralda-de-Gould (Chlorostilbon elegans). Das 322 espécies conhecidas, a IUCN lista 9 como em perigo crítico de extinção, 11 como em perigo e outras 9 como vulneráveis. As maiores ameaças à preservação do grupo são a destruição, degradação e fragmentação de habitats.
Fontes: Wikipédia / Superinteressante