quinta-feira, novembro 22, 2007

"Damn Good" (David Lee Roth/Steve Vai)

Esta sensacional música já era pra ter sido postada anteriormente aqui no BLOG. Trata-se de uma verdadeira obra-prima feita em parceria pelo vocalista DAVID LEE ROTH e pelo guitarrista STEVE VAI para o álbum SKYSCRAPER de ROTH, gravado em 1988. Pra quem não sabe, STEVE VAI ficou mundialmente conhecido ao ser recrutado pelo vocalista quando saiu do VAN HALEN no auge, em 1985, pra fazer carreira solo.
O motivo de eu escolher essa música é muito simples... A letra me faz voltar aos meus tempos de adolescência e também é uma forma que encontrei de homenagear o vocalista DAVID LEE ROTH pela milagrosa volta ao VAN HALEN neste ano e pelo incrível show do guitarrista STEVE VAI que assisti aqui em BH.


"Damn Good" (David Lee Roth/Steve Vai)

Time rools on
n' that's as it should be
Here and gone
Seems to move so quickly

Man, we was happy
In our restless hearts
It was heaven Right here on earth
Yeah, we were lauthin'
As we reached for the stars
And we had some
For what it was worth

Those were good times
Damn good times
Those were good times
Damn good times

Hey, take a look at this picture,
Can you beliee that was you?
And who's that standin' there in the corner?
Not me!!!
Ahh, the crazy things we used to do
Sure, we was acting like a couple of kids
Good to remember
You know that it is
I still feel it
Like the sun on my skin
Maybe that's better

Cause these are good times
Damn good tiemes
Talkin' about good times
Damn good times

So it's one for the money
But that don't make the show
Count to three and I'll be ready
To follow that road (yes I will)

I see it comin'
Yeah, and this one is outs
We got heaven right here on Earth
Ain't nothin' like it
When you're reachin' for stars
And you grab one
For what it is worth

You can tell 'em
We'll be having good times
Damn good times
I'm talkin' good times (yessir)
Damn good times


TRADUÇÃO:

"Bom Demais"

O tempo passa
E é como devia ser
O presente passou
Parecer passar tão rápido

Cara, nós éramos felizes
Em nossos corações inquietos
Era o céu aqui na Terra
Sim, nós ríamos
Enquanto tentávamos alcançar as estrelas
E alcançamos algumas
Pelo seu valor

Eram bons tempos
Tempos bons demais
Eram bons tempos
Tempos bons demais

Ei, olhe esta foto,
Você acredita que esse era você?
E quem é aquele parado na esquina?
Não era eu!!!
Ah, as coisas loucas que fazíamos
Com certeza, nós agíamos como crianças
É bom lembrar
Você sabe o que é
Eu ainda sinto
O sol em minha pele
Talvez isso seja melhor

Porque esses são bons tempos
Tempos bons demais
Falando de bons tempos
Tempos bons demais

E não é um pelo dinheiro
Mas isso não faz o espetáculo
Conte até três e eu estarei pronto
Para seguir essa estrada (sim eu irei)

Eu o vejo chegando
Sim, mas este está fora
Nós temos o céu bem aqui na Terra
Mas não parece nada
Quando você busca pelas estrelas
E você pega uma
Pelo que ela vale

Você pode dizer a eles
Nós teremos bons tempos
Tempos bons demais
Estou falando de bons tempos (sim senhor)
Tempos bons demais



Tradução: Christiane Vanessa

Obs.: Para meu espanto, no início da execução de um MEDLEY acústico durante o show de BH, STEVE VAI tocou a introdução desta belíssima música. Simplesmente fui ao delírio!
Agradecimentos para minha querida prima Chris, pela paciência e pela belíssima tradução.

Ricardo M. Freire

quarta-feira, novembro 21, 2007

SAND ART, a arte com areia

SAND ART, a arte com areia

SAND ART ou SAND ANIMATION é o nome da modalidade de arte que consiste em simplesmente desenhar com areia em cima de uma tela de vidro e ir moldando esse desenho ao longo do processo com as mãos. O artista utiliza as mãos para desenhar na areia, de forma mágica e dinâmica. Os desenhos parecem vivos! É a fantástica materialização da arte e da beleza que o ser humano é capaz de criar.Não é nada sobre-humano estes desenhos que por muitas vezes são simples, mas a beleza está na seqüência de desenhos que se pode fazer; cada desenho se tornando outro com apenas uns poucos movimentos das mãos e dos dedos. Muito interessante de se ver e de imaginar como o artista vê tantas formas em apenas um punhado de areia. Encanta observar a destreza do artista de como ele passa de um quadro a outro formando uma animação.O uso da areia possibilita que crie e “apague” cada pintura em um simples arrastar de dedos. Simples na essência.
Pra quem se interessar no assunto, basta acessar os sites www.sandfantasy.com ou www.cakostudio.hu , ambos de dois dos artistas mais conhecidos do mundo nesta arte: Ferenc Cakó e Ilana Yahav.Alguns vídeos de arte com areia você pode conferir no YOUTUBE:

http://br.youtube.com/results?search_query=sand+art

http://br.youtube.com/results?search_query=sand+animation


Ricardo M. Freire

segunda-feira, novembro 12, 2007

E vem mais show em BH !

E vem mais show em BH !

Mal me recuperei do incrível show do guitarrista STEVE VAI e já aguardo outro grande espetáculo na capital mineira... Trata-se de três músicos espetaculares, ninguém menos que o guitarrista, AL DI MEOLA, o violinista JEAN LUC-PONTY e o baixista STANLEY CLARKE.
Juntos, o trio apresentará o projeto THE RITE OF STRINGS no dia 24 de novembro no palco do Freegells Music, em BH.

Do encontro, que nasceu em 1994 em Montreux, lançaram o álbum homônimo, depois de uma turnê pelo mundo. De lá para cá, fizeram shows esporádicos e voltam ao país depois de 12 anos.

No repertório, as canções Índigo (Al Di Meola), Renaissance (Jean-Luc Ponty), Topanga (Stanley Clarke), Morocco (Al Di Meola), La Cancion De Sofia (Stanley Clarke), Memory Canyon (Jean-Luc Ponty) entre outras.

STANLEY CLARKE

Compositor, arranjador e instrumentista, Stanley Clarke é virtuoso tanto no baixo elétrico, quanto no baixo acústico. Iniciou na música tocando acordeom, depois violino, cello e por último baixo. Na escola integrou grupos de R&B e bandas de rock. Na década de 70 mudou-se para Nova York onde trabalhou com Pharaoh Sanders. Depois, tocou ao lado de Gil Evans, Mel Lewis, Horace Silver, Stan Getz, Dexter Gordon e Art Blakey. Participou do Return to Forever, fundado por Chick Corea, um dos conjuntos mais influentes da fusion. Foi inspiração de grandes baixistas como Marcus Miller e Victor Wooten, entre outros. Stanley Clarke foi o primeiro baixista da história a encabeçar turnês com ingressos esgotados em todo o mundo.

AL DI MEOLA

Nascido em uma família italiana, Al Di Meola cresceu em New Jersey. Ainda jovem dividia o tempo entre aulas de guitarra e visitas a clubes de salsa. Nessa época, o jovem músico foi influenciado pelo grande guitarrista de jazz Larry Coryell. Ingressou na Berklee School of Music de Boston e aos 19 anos aceitou substituir o guitarrista Bill Connors no grupo Return to Forever, ao lado de Chick Corea e Stanley Clarke, em 1974. A partir de então sua carreira decolou. Meola dedicou-se à exploração de uma grande variedade de estilos, notando-se sobretudo os seus trabalhos de fusão influenciados pela música latina. Por quatro vezes foi considerado o melhor guitarrista pela revista Guitar Player Magazine.

JEAN-LUC PONTY

Jean Luc nasceu em Avranches, França, em 1942. Seu pai era professor de violino e o iniciou aos cinco anos. Deixou a escola aos treze para praticar seis horas por dia na esperança de se tornar violinista de concerto. Com quinze foi aceito no Paris Conservatoire. Tocou com a Concerts Lamoureux Orchestra durante três anos. Graças às influências de Grappelli e Stuff Smith, se interessou pelo jazz. Começou a tocar jazz primeiro com clarineta e sax-tenor e somente em 1962 é que utilizou o violino. Em 1969, durante uma visita aos Estados Unidos, Ponty tocou ao lado de Frank Zappa e o George Duke Trio, e ao retornar à França, formou um grupo de free jazz, o "Jean-Luc Ponty Experience" (1970-72), antes de se instalar nos EUA e participar do "Mothers of Invention" de Zappa. Ponty sempre buscou novas sonoridades para sua música e arriscou usando sintetizador e instrumentos da Áfica Ocidental, o que resultou em novos padrões de criatividade para a sua música.


Obs.: Sem dúvida um show que merece ser prestigiado, e para aqueles que admiram os bons sons como eu, recomendo... Show pra se assistir sentado de camarote! Minha presença, óbviamente, já está mais que garantida!
É hora de "apertar os cintos" e economizar, tudo em nome da boa música...

Ricardo M. Freire

STEVE VAI: sem dúvida alguma, o melhor do mundo!

STEVE VAI: sem dúvida alguma, o melhor do mundo!

Passado uma semana após o grande show do guitarrista STEVE VAI em BH, meu estado emocional ainda continua alterado. O interessante é que após eu ter compartilhado o acontecimento com outras pessoas que tb lá estiveram, vejo que não foi exagero nenhum de minha parte. É unânime a opinião e a crítica dos muitos fãs e críticos musicais. Li diversos comentários e críticas sobre o show, mas uma particularmente me chamou a atenção.
Confira a REVIEW de Maurício Gomes Angelo do site WHIPLASH...

Desde que o anúncio foi feito, no entanto, logo passei a lembrar das inúmeras críticas que artistas virtuosos vêm sofrendo nos últimos anos. E duma espécie de indisposição geral da mídia em lidar com eles. Simplificados a meros velocistas ególatras e excêntricos fazedores de acrobacias desnecessárias. Como se a arrogância e o puro exibicionismo gratuito fosse regra em detrimento da música bem composta, pensada e elaborada de forma a dar vida às mais intensas aspirações, refletindo os anseios e sentimentos de seu criador. Em resumo, costumo sintetizar minha visão sobre música dizendo que ela é a maior força que tenho notícia. E, dentro de algumas das possibilidades que proporciona, Vai mostrou, em duas horas e meia de espetáculo, ser um mestre inquestionável daquilo que faz.
Seu virtuosismo, velocidade e pirotecnia são absolutamente orgânicos e contextuais, trabalhando em prol daquilo que suas mãos imprimem nas seis cordas. Ele sabe, perfeitamente, como impactar, entreter e arrebatar seu público, no fundo, brincando com a alma de cada um ali.
“Now We Run”, pesadíssima, abriu a noite e logo conquistou a ala mais “heavy” dos presentes, aqueles que chegaram até Vai essencialmente por ouvirem rock e metal. Já “Building The Church”, ainda com um peso acima do normal, deu uma amenizada nas coisas e abriu caminho para que “Tender Surrender”, o primeiro clássico, começasse a fazer o público lacrimejar. Depois, a apresentação da banda foi a oportunidade ideal para Vai revelar-se um autêntico “mestre de cerimônias”, regendo os vários momentos do espetáculo e seu próprio grupo, dando oportunidade para cada um se destacar e demonstrar seu talento – algo decorrente ao longo do show nos solos individuais e “duelos” memoráveis. Para acompanhar um artista deste porte, sua banda de apoio não pode ser menos que excelente. E, embora Dave Weiner (guitarra) e Philip Bynoe (baixo) estejam com ele há muitos anos em idas e vindas, não deixa de fascinar a competência e a qualidade monstruosa apresentada, especialmente do último que, pasmem, está substituindo Bryan Beller no Brasil. Troca-se a peças, não há perda de técnica e profissionalismo.Jeremy Colson era o que mais claramente destoava do resto do grupo, mas não num mal sentido. Sua jovialidade e visual agressivo, nitidamente influenciado por metal e punk rock – o primeiro por gosto e trabalhos prévios e o segundo principalmente pela postura – Jeremy adiciona um punch intenso e sadio ao equilíbrio da musicalidade do conjunto. Numa intervenção curiosa, aliás, Colson saí detrás de seu kit tradicional, e aparece em pé com uma “bateria modificada” acoplada ao corpo, tendo um diálogo cômico com Steve e se apresentando em seguida – apenas um exemplo da dinâmica diferenciada dada ao evento.
Deixados por último não por acaso, Alex DePue e Ann Marie Calhoun – violinistas - são absolutamente fundamentais ao conceito e à atmosfera de “String Theories”. Mais que isso, suas intervenções adicionam cores, tons e texturas interessantíssimos à música de Vai.Donos de uma virtuose embasbacante e suculenta (assim como a beleza de Ann Marie, alvo da testosterona masculina ali reunida), acabam dividindo com Vai as atenções e os méritos pelo sucesso do projeto.A presença dos dois é marcante, freqüente e loquaz, com diversos clímax, como se proporcionassem orgasmos múltiplos à platéia. O momento onde “duelaram”, executando também trechos de peças de Paganini, foi um presente a parte do resto. Ao vivo, tudo que por si só é bom no cd duplo lançado torna-se mais marcante. A proposta de fundir a música clássica à pegada essencialmente rocker – permeada por jazz, funk e progressivo – deixou as composições ainda mais sensíveis e harmônicas, no sentido de expandir seus horizontes.
E aqui vale ressaltar que, para o show ser completamente apreciado, faz-se necessário que o espectador saboreie o som do violino. Em dado momento da noite, inclusive, notava-se uma certa ausência de guitarras (entre o solo da dupla e o de bateria, intercalados por “All About Eve”, “The Beast” e “Angel Food”), o que só foi resolvido quando Steve retomou o controle e executou a soberba “The Audience Is Listening”.
Nesta altura, já impressionava a simpatia e o carisma de Vai. Desde o início do show extremamente simpático e solto em cima do palco, ele demonstrava uma desenvoltura fora do comum, com pleno domínio do que acontecia ao seu redor e conquistando a todos com gags hilárias e comentários bem-humorados. Steve nem de longe se assemelha ao estereótipo do rock star ranzinza, pedante e insuportável. Ao apresentar o baixista, perguntou “do you like funk? funk, hum?” – não sei se fazendo uma referência irônica a existência do estilo brasileiro de “funk”, na verdade um pastiche piorado do miami beat que nada se assemelha à fantástica obra de Sly & Family Stone e Parliament, por exemplo – para logo após dizer, “eu gosto de James Brown, ele dançava mais ou menos assim”, e começou a imitar os clássicos passos do “Mr. Dynamite”. O tempo todo agradecendo, apontando, fazendo comentários, arriscando diálogos, usando a guitarra para brincar com o público, além de suas tradicionais caras, bocas e trejeitos característicos, Vai é um autêntico showman, um performer como nenhum outro no mundo da guitarra. O esperado gesto de “tocar com a língua”, por exemplo, não poderia faltar.“Freak Show Excess”, ressaltada como “difícil de tocar” por ele mesmo – palmas para o eufemismo cômico do rapaz – foi realmente um dos grandes destaques da noite: intrincada, rica em melodias, flertando com a quebradeira do prog e toques de world music. Dentro de tantos pontos altos, a que se fazer apenas uma ressalva a parte vocal do show. Steve sempre gostou de cantar, mas, ainda que sirva para quebrar o caráter estritamente instrumental da apresentação, não me parece algo muito saudável. Embora se esforce, tais momentos não se justificam. Nota-se um silêncio embaraçoso e constrangedor na platéia, desagradável porém respeitoso, como se o público permitisse a ele aquela regalia porque, afinal, o resto está muito acima disso.Se até “The Murder” a noite já havia valido o ingresso, o set final foi covardia. O que dizer da seqüência de “The Juice”, “Whispering A Prayer”, “Tarus Bulba”, “Liberty” e “Answers”? Aí estão algumas das faixas mais clássicas e mais queridas de Steve, onde encontramos a essência de sua carreira, executadas com maestria, feeling e o adendo inestimável do violino.
Por fim, a composição mais amada e reverenciada: “For The Love Of God”. A parte inicial, feita pelo violino de Ann Marie, foi simplesmente de se lacrimejar. Sendo um dos solos mais belos e tocantes de todos os tempos, estes 10 minutos foram indubitavelmente inesquecíveis. Inefável, acredite. Faltam palavras para descrevê-la.
Ovacionado e coberto de aplausos, Steve ainda demonstra humildade ao agradecer de forma inesperadamente sincera, juntando toda a banda no tradicional gesto de reverenciar o público: quando este o fazia de volta em retribuição.
A conclusão é óbvia. Nenhum outro guitarrista consegue conciliar tão bem o aspecto técnico, a virtuose, a grandeza das composições e ser, ao mesmo tempo, artista no palco, entretendo, divertindo, fazendo um espetáculo completo e nunca entediante em suas duas horas e meia de duração.Um feito notável para a música instrumental. Coisa que só é possível por tudo que foi descrito aqui. Vai é pirotécnico e performático sim, muito, mas faz isto com desenvoltura, carisma e, principalmente, tem composições fortíssimas e inquestionáveis para amparar tudo isto.
Trocando emails com o colega e sub-editor Thiago Sarkis antes da data, lembrei que a segunda-feira seria um dia ingrato para a apresentação e, brincando, perguntei se compensaria. Ao passo que ele me respondeu:
“Você não vai se arrepender. Aliás, digo mais, nenhuma noite de segunda-feira vai valer tanto a pena quanto essa... você nunca gostará de uma noite de segunda-feira tanto quanto vai gostar dessa.”
Profético. Realmente, esta foi a melhor segunda feira da minha vida. Creio que, não só para mim, mas para a imensa maioria dos presentes ali, esta tenha sido o melhor começo de semana que já tiveram.
Como se a perfeição de fato existisse, a música escolhida para tocar nos PA’s após o encerramento foi “Hallelujah”, na interpretação orgástica de Jeff Buckley – algo que merece muitos pontos para Steve ou a sua equipe. Música sublime para uma noite idem.

Não há nenhum receio em sentenciar: coisa de gênio!

(Texto de Maurício Gomes Angelo e fotos de Thiago Sarkis e Rafael Pascini)

Obs.: Como um comentário final, só gostaria de acrescentar que os detalhes descritos por Mauricio Gomes Angelo formam os mais perfeitos e reais possíveis. Nenhum mínimo detalhe sequer foi acrescentado ou esquecido, valendo a pena ressaltar ainda, a crítica técnica avaliando a performance, o repertório e o estilo do guitarrista.

Agora acham mesmo que eu estava exagerando?

Ricardo M. Freire

quinta-feira, novembro 08, 2007

FRASE DA SEMANA

"A guitarra fala somente quando quero"

Steve Vai (quando questionado em uma reportagem sobre a diferença entre uma guitarra e uma mulher)

Obs.: Só podia ser dele mesmo a frase dessa semana, amigos...

IMAGEM ESPETACULAR !!!!!

Gigantescos, fortes, imponentes, os Gorilas exercem uma atração magnética, e também inspiram medo! A foto fantástica se completa com este lindo pôr-do-sol, que tanto me fascina, e que me faz parar para pensar (mais uma vez): o ser humano realmente evoluiu dos primatas?

terça-feira, novembro 06, 2007

STEVE VAI em BH: eu fui, e chorei!

STEVE VAI em BH: eu fui, e chorei!

Belo Horizonte, dia 5 de novembro de 2007. Era pra ser apenas mais uma segunda-feira comum, ou mais uma ''segundona braba'' como todos dizem, mas havia algo de diferente no ar. E não era
o odor de álcool que meu corpo exalava referente à ressaca proporcionada pela comemoração do meu aniversário no dia anterior. Mas era o dia do show do maior guitarrista do mundo de todos os tempos, STEVE VAI, e ainda por cima a dois quarteirões de minha casa...Eu que no trabalho estava aflito; as horas não passavam e a ansiedade aumentava. Às 18:30 saí do trabalho e passei em frente ao local do show, a fila já estava formada e percebi que deveria me apressar caso não quisesse pegar um lugar ruim. Fui em casa tomar um banho, me troquei, comi alguma coisa e já saí logo na sequência.
Chegando no local do show, logo a primeira surpresa... Não havia ninguém na fila da área vip (que era o meu setor) e a fila já formada era do pessoal da pista. Resolvi então dar uma procurada num colega de ORKUT que me disse para procurá-lo na fila, mas impossível... O cara se descreveu como tendo cabelo comprido e usando camiseta preta com o logo do JACK DANIEL´S estampado. Claro que era como procurar uma agulha num palheiro... Resolvi então, evidentemente, desistir daquela procura impossível e garantir um bom lugar na fila. Mas não existia fila ainda, e com muita honra, fui o primeiro dela. Eram 20:00 no meu relógio...A galera ía chegando aos poucos, e logo atrás de mim já apareceram outras pessoas. Fiz amizades, claro que o assunto era só música, e me deu pena de um camarada que estava ainda com a bolsa e a roupa do serviço e que me dizia morar longe pra burro.
Gente de todas as idades e tribos, alguns vestidos normalmente, outros mostrando ser adeptos do ROCK N´ ROLL com as velhas calças jeans e tênis surrados, cabelos compridos, barbas mal feitas e as tradicionais camisetas pretas das mais infinitas bandas. Isso me fez voltar no tempo e me lembrar meus tempos de ''roqueiro'', como já dizia a madíocre REDE GLOBO e seus pobres telespectadores induzidos...
As portas se abriram, fui revistado e logo me colocaram a pulseirinha do meu setor, subi as escadas, as pernas tremiam e o coração batia forte. Como fui honrosamente o primeiríssimo, já fui logo garantindo meu lugar na mesa. A vista era perfeita, no segundo andar, a poucos metros do palco e com a quase visão de 180 graus, embora estivesse em uma das laterais do recinto. A casa tinha ar condicionado e garçons atenciosos, estava tudo perfeito... Logo as mesas ao meu lado se encheram e curiosamente havia uma senhora ao meu lado com seu filho que aparentava ter no máximo 15 anos. A mãe do garoto se mostrava assustada e parecia não entender nada do que estava acontecendo. As perguntas foram inevitáveis, é claro, mas acho um barato mostrar um pouco do que sei para os interessados. Do meu outro lado, um casal jovem bem tranquilo aguardava aos beijos e abraços a tão esperada hora.Um estrondo surgiu no palco, e no telão improvisado na frente do mesmo começaram a passar alguns video-clips de estilos bem variados. As vaias foram inevitáveis para aquelas novas e atuais bandinhas e nem o SYSTEM OF DAWN e GREEN DAY escaparam das vaias; safaram-se o velho e idolatrado AC/DC e o mestre JOE SATRIANI, ninguém menos que o próprio professor de guitarra de STEVE VAI.
Avistei o marido de uma prima e grande amigo, Roberto ‘’Pardal’’, e me sinalizava pra ir até o camarote, mas resolvi não arriscar a sair daquele bom lugar e sinalizei que depois iria procurá-lo. Finalmente as luzes se apagaram, a galera fez o espetáculo gritando o coro ''VAI, VAI, VAI, VAI, VAI" e com os punhos voltados para o ar. A escuridão era total e o espetáculo inicial ficou por conta da própria platéia que desesperadamente colocava seus celulares para o alto voltados para o palco. Uma saudação em voz de guitarra ouviu-se: ''WAH WAHHHH, WAH WAAAAHHHH'', uma espécie de ''olá, olá'' dita pela própria guitarra de STEVE VAI. Fiquei todo arrepiado instantaneamente, as lágrimas já se acumulavam nos olhos e a platéia foi a loucura quando acenderam-se as luzes.
Uma rajada de flashes de câmeras digitais foram disparados causando um efeito espetacular como se fosse de uma luz estroboscópica poderosíssima que estaria no palco.STEVE VAI parecia mais um "CAVALEIRO JEDI" empunhando uma guitarra IBANEZ em acrílico com uma luz fluorescente interna acesa. Que visual fantástico! A iluminação estava impecável e o som era tão limpo que dava a impressão de ser um CD gravado. Os graves eram fortes e estranhei não ver as caixas de grave no P.A., mas fui orientado no final do show que estavam por debaixo do palco.
Duas novas músicas vieram de início e deram seqüência para a maravilhosa TENDER SURRENDER, clássico do álbum ALIEN LOVE SECRETS. STEVE VAI foi, como sempre, espetacular e perfeito, conversou muito com o público (em inglês), apresentou a banda várias vezes, brincou, fez caras, bocas e caretas, duelos espetaculares com os violinistas, trocou de roupa quatro vezes, e sua performance foi de uma adrenalina fora do comum! Tocou de costas, com a língua e em certos momentos parecia que ía até mesmo fazer amor com a própria guitarra. Agradeceu infinitas vezes para a platéia e chegou a parar o show por um instante a fim de olhar, ainda que estarrecido, o carinho e o reconhecimento do público. Em certos momentos parecia querer olhar o rosto de todos da platéia, um-por-um dos que acenavam e gritavam seu nome.
O show evidentemente começou com atraso, estava marcado para as 22:30 e só foi começar às 23:15. Não me importei, é claro, com as horas mas quando lembrei que estava de relógio e que consegui enxugar as lágrimas a fim de ver as horas, já passavam das 2:00.O show foi bem divertido e variado, passando por momentos de delicadeza, suavidade e sensualidade (graças à violinista Ann Marie Calhoun) à até momentos de muita adrenalina e agressividade com VAI quase que arrancando a alavanca do corpo da guitarra e quase que querendo arremeçá-la para um dos lados!
Um espetáculo maravilhoso, perfeito, que deixou a platéia simplesmente boqueaberta e estarrecida! Fiz questão de passar o show completamente sóbrio por dois motivos: primeiro para não começar a “sair de órbita” e segundo para não ter que ir ao banheiro, já que num show do STEVE VAI estamos arriscados a perder um grande momento em frações de segundos.
Eu que havia transformado o corrimão da sacada da área vip em minha guitarra virtual particular saí completamente feliz da vida e aos prantos, pois foram vários momentos em que as lágrimas escorreram.
No final, após um “bis” já certo, o show encerrou-se com o hino FOR THE LOVE OF GOD do fantástico e consagrador álbum PASSION AND WARFARE pra fechar a noite com chave de ouro e pra deixar as lágrimas caírem de uma vez por todas! O gostinho de quero-mais ficou no ar quando VAI despediu-se dizendo “SEE YOU NEXT TIME”.

Mas a história não acaba por aqui... Quando eu já estava no camarote com o amigo Roberto e que começava minutos depois a relembrar momentos inesquecíveis do show, eis que abre a porta do camarin e que me deparo com a banda e o guitarrista saindo, vindo em minha direção ao encontro da escada que levava até a saída do local. Fui correndo até o corredor e vi os músicos da banda, até que finalmente avistei o guitarrista vindo sorridente e cumprimentando rapidamente todos que o cercavam. Instantaneamente e quase que, instintivamente, disparei um grito dizendo “STEVE, STEVE” e que para a minha surpresa ele me pareceu ter realmente me ouvido a ponto de olhar para meu rosto, sorrir e me dar aquele famoso tapinha na mão significando “valeu cara, foi demais”!
A essa altura eu já não enxergava mais nada na minha frente, parecia estar em outro plano de existência, e não sabia se enxugava o suor de sua mão que estava na minha mão, em minha camisa para guardá-la mais tarde num cofre, ou se eu chorava, dava risada, saía gritando de felicidade ou sei lá o quê...
Por fim, ainda consegui no final da noite, comer um “PF” no BAR DO BOLÃO e chegar em casa, mesmo que ainda em completo estado de choque às 3 da manhã...

Essa foi a minha história (assim como a de muitos outros que também foram assistir ao show)... Eu que sou apenas um cara que ama de coração as pessoas que fazem da arte e da música, momentos marcantes e inesquecíveis. Que ama as pessoas que realmente fazem de sua música, a sua e a nossa própria felicidade, usando de muito talento, sentimento, paixão e sinceridade.
Obrigado STEVE VAI, pela sua existência e por ter me feito feliz neste dia, mesmo que apenas por durante algumas horas...

Ricardo M. Freire


Obs.: Agradecimento a Rafael Pascini pelas fotos incríveis tiradas bem na frente do palco.