

Bem, isso não é lenda urbana e aconteceu em 1980.
Jon desfrutava nesta época de um enorme sucesso solo, em suas parcerias com o tecladista grego Vangelis (Carruagens de Fogo e Blade Runner). O Yes, pelo contrário, patinava disco a disco desde a saída de Rick Wakeman em 1974, após o conturbado, mas legendário, Tales From Topographic Oceans. Discos irregulares como Relayer, Tormato, Going For The One se seguiram.
Mesmo a volta de Wakeman não empurrou a criatividade da banda adiante. Em plena era Punk, o Yes era um dos alvos favoritos da imprensa musical.
O baixista Chris Squire (único integrante presente em todos os discos do Yes) felizmente tinha ouvido aguçado para novidades e tomou contato com o trabalho de dois músicos então de vanguarda (a chamada "New Wave", reação Pop à simplicidade do Punk), Geoff Downes e Trevor Horn.

A insistência de Jon Anderson (e Rick Wakeman) em exigir mais tempo para a carreira-solo adiar a gravação de um novo disco do Yes ajudou a mudança a acontecer. Downes e Horn, convidados inicialmente para "dar um gás" no novo disco do Yes, subitamente foram convidados a entrarem para a banda. Mais surpreendente, aceitaram no ato.
Daí surge "Drama", o disco do Yes sem Jon Anderson. Um disco que inicia a aproximação do Yes com os sons em voga na época. Há trechos de Reggae (1980, auge do The Police e época em que o Rush também se aproximava do estilo). Há forte trabalho dos teclados, porém distantes do virtuosismo erudito de Rick Wakeman, substituído por uma abordagem mais pop, voltada para as melodias centrais de cada canção, especialidade de Downes. Steve Howe deixou de lado o barroquismo de sua guitarra (já mostrado à exaustão nos seus inúmeros - e bons - discos-solo) e toca licks e riffs mais diretos, inclusive mais pesados que dantes.
Dito isso, o clima das canções (mais curtas, no geral) é mais sombrio que a média dos trabalhos do Yes (Jon Anderson sempre foi um pólo irradiador de luz e espiritualidade). Sombras, porém distantes da grandiosidade wagneriana dos discos anteriores da banda. Ademais, as sombras convivem com a luminosidade das melodias pop, surpreendendo os fãs de carteirinha da banda que um dia fizera "Close To The Edge". O futuro trabalho de ex-membros do Yes na banda Asia também nasceu aqui.


Se quem gostou do álbum "90125" do Yes, ou da banda Asia, deve deixar os preconceitos de lado e dar uma chance ao disco. É diferente de tudo que o Yes fez antes, com novidades em profusão.
Também mostra uma articulação nova de elementos característicos da banda, uma prova de sobrevivência e criatividade.
Faixas

02. White Car (1:21)
03. Does It Really Happen? (6:34)
04. Into the Lens (8:31)
05. Run Through the Light (4:39)
06. Tempus Fugit (5:14)
(Selecione a música, clique e aguarde carregar)
Confira abaixo os vídeo clips de duas faixas do álbum Drama:
"Tempus Fugit" - Yes
"Into The Lens" - Yes
Fonte: Whiplash
Um comentário:
Oi Ricardo!
Td bem?
Postei alguns premios e indiquei meus novos amigos blogueiros, vc é um deles...
Não sei se vc gosta, fique a vontade em recusar!
Gde abraço e uma ótima semana!
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