Comentando a eliminação da Seleção Brasileira

Comentando a eliminação da Seleção Brasileira

Muita coisa tem que ser discutida sobre a eliminação da Seleção Brasileira.
Ao contrário do que muitos estão dizendo, Dunga não é o total responsável de tudo o que aconteceu. Sua postura foi correta diante da imprensa. A intenção foi boa: fazer os jogadores jogarem pela camisa e acabar com o circo que a imprensa cria, a exemplo da Seleção de 2006.
Dunga calou a boca da Rede Globo, que hoje em dia consegue escalar o time da Seleção e até eleger Presidente da República.
É claro que o técnico brasileiro tem uma dose de culpa, como por exemplo ter errado na convocação de alguns jogadores como Michel Bastos, Josué, Felipe Melo, Julio Baptista, Thiago Silva, Daniel Alves, e no esquema tático.
Já era esperada a expulsão do jogador Felipe Melo.Nos jogos anteriores o jogador já havia dado indícios de seu temperamento completamente desequilibrado. O goleiro Júlio César não teve culpa no lance do primeiro gol ao ter saído de soco na bola, já que foi deslocado pela cabeçada desastrosa de Felipe Melo.
O Brasil pecou por não ter sido capaz de tocar a bola, valorizar a posse de bola. Foi um time desesperado e pressionado pra fazer gols e hoje em dia não se joga mais assim. Vejam como exemplo o estilo de jogo da Alemanha. É um time frio, que literalmente come pelas beiradas, cauteloso, que não se expõe e fica na espreita aguardando uma brecha, um erro do adversário e que só ataca na certeza. A Holanda segue praticamente o mesmo esquema tático dos alemães. Já os espanhóis são exemplo claro de um time que valoriza a posse de bola.
Por quê o Brasil não pode jogar assim? Hoje infelizmente a realidade do futebol é outra. Joga-se feio e por resultado. É o que dá certo. Jogar bonito não ganha Copa do Mundo. Que o diga a Seleção de 82.


Outros fatores e erros

- Elano, jogador contundido, fez fanta ao time.

- O Brasil foi totalmente dependente de Kaká. Se o jogador não estava bem, o time não funcionava.

- Não tínhamos opção de banco. Única exceção seria Ramires que deu cara nova ao time, porém estava suspenso. A substituição de Dunga tirando o Luís Fabiano e colocando o pobre do Nilmar foi "seis por meia-dúzia".

- Observemos os jogos de outras copas anteriores do Brasil contra a Holanda. Todos os gols sofridos pelo Brasil foram através do jogo aéreo e de cabeça. O segundo gol sofrido contra a Holanda nesta Copa foi a velha jogada do cruzamento no primeiro pau para um jogador de trás ou do meio da área para também entrar de cabeça.
Neste jogo o Brasil cedeu escanteios demais como se isso não tivesse o menor perigo.- O ótimo jogador holandês Robben atuou livremente quase que o jogo inteiro pela lateral. Será que ninguém viu este jogador atuando pelo Bayern de Munique?

- Nenhuma jogada do Brasil pelas laterais. As poucas vezes que vimos isso, foram nos jogos anteriores e sempre pela direita com o jogador Maicon. Não se viu uma jogada sequer pela esquerda.

- Não temos um batedor de falta. Nem ao menos alguém que chegasse perto de bons cobradores de falta como Roberto Carlos, que ainda assim fica distante de jogadores como Nelinho, Éder, Zico, Branco e Rivelino.

- Desde a última vitória contra a Argentina pelas eliminatórias da Copa, o único jogo em que o Brasil foi realmente testado foi exatamente neste contra a Holanda.

- A Seleção jamais foi experimentada com o placar adverso ou saindo atrás do marcador. Psicologicamente não se sabia como reagiria nesses casos.

- Reparem como o time voltou nervoso no segundo tempo. Teria algo acontecido nos vestiários durante o intervalo do jogo?E quanto ao povo? Bastou a derrota argentina pra todo mundo esquecer a derrota da Seleção.
O povo é isso, exatamente isso. A cegueira predomina o povo brasileiro em todos os aspectos, não somente no futebol. O Brasil foi campeão em 2002, e bastou isso para que todos esquecessem o "estranho caso Ronaldo" em 98.
Enfim, o quê o povo brasileiro precisa entender, é que hoje a Seleção Brasileira não passa de um produto, de uma marca. É um grande negócio, uma verdadeira máquina de fazer dinheiro. Marketing puro. Quem ganha com isso evidentemente é somente o presidente da CBF, Ricardo Teixeira.


Ricardo M. Freire