Fazer o bem, por um mundo melhor
Incrível as mudanças sucessivas que vêm acontecendo comigo.
Devo chamar isso de maturidade somada com uma quantidade de sensibilidade. Hoje não tenho mais vergonha de dizer que estou apaixonado, ou que chorei ao assistir um filme, não tenho vergonha de admitir um erro e pedir desculpas. Hoje eu consigo dizer "obrigado", consigo dizer "bom dia", consigo ouvir aquele que precisa e quer falar, aprendi também a ouvir e ficar calado. Agora preciso aprender a administrar a grande necessidade que sempre tive e ainda tenho de querer consertar o mundo. Bobagem... Com isso as vezes, eu me encontro em situações delicadas com certas pessoas, acabo soltando palavras que precisam ser ditas, mas que ao mesmo as machucam. Consertar o mundo é impossível, e muito mais do que isso, muito pretencioso de minha parte, afinal de contas quem sou eu pra dizer o que é certo ou errado?
Uma coisa é certa, para que tenhamos um mundo melhor, é extremamente necessário que apenas façamos o bem. E fazer o bem não é simplesmente dar esmola ao ceguinho, o mendigo ou ao aleijado.
Um exemplo... Nesta sexta-feira ao chegar de madrugada em casa, ao passar pela portaria do prédio, o porteiro me recebeu da seguinte maneira: "Boa noite jovem, tenha um ótimo descanso!" Isso me fez parar pra pensar... Será que ele ganha pra ficar falando isso pra todo mundo?
As vezes, um simples "bom dia/boa tarde/boa noite" pode fazer com que uma pessoa se sinta muito melhor, ou até mesmo um "obrigado, tenha um ótimo dia".
Semana passada separei muita roupa que não usava mais, decidi doá-las mas não sabia pra quem. Curiosamente um dia após ter separado tais roupas, saindo do meu apartamento logo cedo pra trabalhar, me deparei com uma catadora de papelão que vasculhava o lixo do prédio, certamente procurando lixo reciclável. A mulher estava muito mal vestida e comia sobras que se misturavam ao lixo. Sem perder tempo, voltei ao meu apartamento, peguei as sacolas com as roupas e as dei para a mulher. Ela me agradeceu com um sorriso e dizendo: "Obrigado senhor, Deus lhe abençoe"! Incrível, mas parece que fiz meu dia com este simples gesto! Senti uma sensação de dever cumprido ou sei lá o quê...
Outro exemplo disso acontece todos os dias no meu trabalho. Alguns clientes, principalmente os de idade, sentem a necessidade de contar suas histórias e serem ouvidos. Mas o curioso é que os que não entram pra comprar depois sempre voltam e nos procuram pelo simples fato de termos dado a devida atenção e tê-los ouvido. É claro que nem sempre isso é possível, mas na medida do possível agora sempre o faço quando há tempo disponível.
Sábado estive num casamento, coisa simples e de uma pessoa não muito próxima, mas o fato de eu ter comparecido e de ter escutado: "que bom que você veio, muito obrigado por ter comparecido", já me fez me sentir bem.
Outra maneira simples de se fazer o bem é termos o espírito da cidadania. A cidadania deve ser entendida por temáticas como a solidariedade, a democracia, os direitos humanos, a ecologia, a ética. Atos como respeitar as leis de trânsito, não jogar lixo na rua, preservar a natureza, não destruir o que é de patrimônio do povo, nos fazem verdadeiros cidadãos de bem.
Fazer o bem pode ser também o simples ato de arrancar um sorriso de alguma pessoa. E o mais importante... Não esperar absolutamente nada em troca! Apenas fazer de coração, por livre e espontânea vontade.
Ainda dentro deste assunto, aproveito o espaço pra recomendar o filme PATCH ADAMS - O AMOR É CONTAGIOSO, estrelado por Robin Williams.
O filme é baseado em história verídica e fala sobre o estudante Hunter Adams (Robin Williams) que após tentar o suicídio, voluntariamente se interna em um sanatório. Ao ajudar outros internos, descobre que deseja ser médico, para poder ajudar as pessoas. Deste modo, sai da instituição e entra na faculdade de medicina. Seus métodos poucos convencionais causam inicialmente espanto, mas aos poucos vai conquistando todos, com exceção do reitor, que quer arrumar um motivo para expulsá-lo, apesar dele ser o primeiro da turma. Mas os tais métodos nada mais são do que usar amor e carinho como armas para ajudar as pessoas hospitalizadas, despertando desconfiança e ciúme dentro da própria classe médica. O filme mostra que não só a ciência, mas também o amor e a atenção podem salvar vidas!
E você, já fez sua boa ação de hoje?
Ricardo M. Freire