O "internetês" assassinando o português
Vc jah imaginow te d encarah 1 textu escritu tdo axim?
Há quem diga que o vício da abreviação das palavras e transcrição da fala para a escrita surgiu nas salas de bate-papo da internet pela necessidade de escrever rapidamente.
Para muitos educadores que atualmente convivem com abreviações horrendas nas provas dos adolescentes, o grande problema está na facilidade de não se preocupar com as normas ortográficas e gramaticais. O importante da turma jovem é se fazer entender.
As abreviações sempre estiveram presentes desde a época do latim, mas nunca houve nada parecido com a inventividade do ‘’internetês’’. O uso criativo da linguagem da comunicação via computador é uma novidade, mas está passando dos limites. Seguem abaixo os exemplos mais comuns:
vc = você
bjs = beijos
naum = naum
falow = falou
axim = assim
tb = também
td = tudo
intaum = então
blz = beleza
Entendemos que criar uma maneira diferente de ser está relacionado à questão de identidade para os jovens, mas daí assassinarmos a nossa língua em nome da juventude, ultrapassa os limites de se pensar em uma língua viva. Antigamente, se falava a gíria, mas não a colocava impressa em papel. Alguém lembra de quando era necessário ter curso de datilografia? Pois é, as saudosas máquinas de escrever não nos permitiam abreviar nada e nem transcrever o nosso modo coloquial, era preciso datilografar tudo certinho e ainda com 180 toques por minuto!!!!
Hoje seria necessário criar um dicionário dos filhos da internet para entendermos o que eles escrevem em textos, pensamentos, críticas e sugestões. Vejam abaixo uma questão de uma prova de Geografia. A resposta é de um aluno de 14 anos, estudante da 7ª série da rede pública de ensino de Belo Horizonte:
Inacreditável, não é mesmo? É preciso lembrar que toda a escrita tem como objetivo permitir a leitura e não transcrever a fala.
Vale a pena tratar a nossa língua portuguesa desta forma?
(Texto de Patrícia Fagundes)