O Rio Negro, tingido pelo tanino, marmoriza a areia do parque nacional.
O Rio Negro é um afluente do Rio Parnaíba que nasce na Lagoa de Boa esperança e desemboca no Oceano Atlântico, depois de cruzar todo o Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses.
Suas águas são escuras porque são tingidas por ácidos liberados nos processos de decomposição de sedimentos orgânicos - que é o que não falta na floresta.
A coloração de café escura, resulta da lixiviação de taninos (polifenóis de origem vegetal) das decadentes folhas de vegetação adjacente.
Ao longo de seus 1 700 quilômetros, o Negro recebe naturalmente uma grande quantidade de restos de folhas, arbustos e troncos. No leito do rio, esses sedimentos são dissolvidos e decompostos. Nesse processo, ocorre a liberação de ácidos que dão à água aquela cor de chá. Outro fator importante é a idade avançada do terreno na região. O Negro corre em uma área rochosa, de formação geológica muito antiga. Por isso, sua passagem não provoca a erosão das margens - como ocorre com outro grande rio amazônico, o Solimões - impedindo que assuma cor barrenta. No encontro entre esses dois rios, que se juntam para formar o Amazonas, o contraste fica evidente: ao longo de 6 quilômetros, as águas escuras do Negro correm ao lado do caudal marrom do Solimões.
Os volumes demoram a se misturar porque há diferenças de temperatura e de velocidade nas correntezas dos rios. Enquanto as águas do Negro marcam 22ºC e correm mansas, a 2 km/h, o Solimões avança de 4 a 6 km/h com uma temperatura de 28ºC. Depois da confluência, o Amazonas passa a ter águas barrentas como as do Solimões - que leva a melhor no encontro porque tem maior volume d’água.
Fontes: National Geographic / Wikipédia / Abril
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