segunda-feira, setembro 28, 2009

O incrível Salar de Uyuni

O incrível Salar de Uyuni

Se nunca teve a sensação de estar noutro planeta, então impõe-se uma visita ao Salar de Uyuni, no Sudoeste da Bolívia. Uma imensidão de sal a perder de vista, a cerca de 3800 metros de altitude, em plena cordilheira dos Andes. É um dos mais espectaculares lugares da Terra.
O Salar de Uyuni, na Bolívia, é um dos poucos lugares do mundo onde pode experimentar a incrível sensação de estar noutro planeta. Habitualmente familiarizados com grandes superfícies cobertas por água (oceanos, mares ou grandes lagos), neve (Norte da Europa e da América) e areia (desertos do Norte de África, Ásia e Austrália), é com visível surpresa que avistamos pela primeira vez este resplandecente deserto de sal, animado por uma infinidade de reflexos de luz dos cristais em directa exposição ao sol. É uma sensação estonteante.
Se, durante do dia, o Salar de Uyuni surpreende e ofusca qualquer imagem que dele possa existir na nossa imaginação é, certamente, ao cair da noite, que esta paisagem se apresenta de uma forma mais surrealista. Quando se assiste, em simultâneo, ao um pôr-do-sol, a Oeste e ao nascer a lua, a Este, o cenário escapa a qualquer descrição. De noite, com o céu completamente limpo, a esfera celeste povoa-se de estrelas, em número tão grande como nunca, em vez alguma, a vista humana pôde alcançar. A milhares de quilómetros de qualquer fonte significativa de luz artificial, o salar constitui um verdadeiro paraíso para os entusiastas de astronomia que queiram familiarizar-se com o panorama de estrelas do Hemisfério Sul. Do sol tórrido do meio-dia, a temperatura pode descer facilmente para valores abaixo de zero durante a noite.
O Salar de Uyuni estende-se a perder de vista, entrecortado aqui e ali por algumas "ilhas" de terra, que retêm o bem mais precioso para a fauna e a flora destas paragens: a água. Por momentos, os limites desta imensidão de sal confunde-se com a linha do horizonte; noutros pontos, destaca-se ao longe o recorte da cordilheira andina; e, nas suas "margens" abrigam-se as aldeias e os lugares habitados por homens e mulheres que tiram da exploração do sal o seu sustento. Às feições rústicas características dos povos andinos, esculpidas pelo clima da alta montanha e pelo trabalho, juntam uma pele mais seca e escurecida pelo sol reflectido nos cristais. Os habitantes do salar raspam o sal da superfície protegendo a boca e os lábios com lenços e os olhos com óculos escuros. É uma vida de extrema dureza, para a qual as minas constituem a única opção.


O perigo

Situado em plenos Andes bolivianos, a cerca de 3800 metros de altitude, o Salar de Uyuni é um imenso deserto de sal puro com mais de 12 mil quilómetros quadrados, rodeado por vulcões há muito extintos. A espessura da camada de sal varia entre 10 centímetros e 100 metros de profundidade. No Inverno (de Outubro a Março), a precipitação chega a acumular-se à superfície inundando grande parte do salar, embora não ultrapassando um nível de 20 a 25 centímetros. É o período do ano mais perigoso para atravessá-lo de jipe, dado o perigo potencial que representam os "baixios", autênticos buracos capazes de engolir por inteiro um automóvel!Recomenda-se, por isso, a contratação de um guia conhecedor das passagens mais seguras. Recorra ao GPS e às comunicações via rádio, as grandes concentrações locais de lítio tornam, por vezes, as bússolas ineficazes. Evite, igualmente, sair dos rodados deixados pelos veículos que sulcaram previamente a superfície do salar, apesar, de ser muitas vezes difícil resistir à tentação de evoluir livremente fora dos trilhos. A estação seca (Verão) é a mais quente, mas também, a mais favorável para realizar expedições na região, com paragens obrigatórias nas ilhas de terra povoadas por cactos que se erguem até aos 10 ou 12 metros de altura e por uma fauna própria de pequenos roedores; e na aldeia de Jirira (no outro extremo do salar, tomando como referência a vila de Uyuni), onde é possível pernoitar em casa dos habitantes (a troco de alguma gratificação).A vila de Uyuni não tem muito para oferecer aos viajantes. Não há água canalizada e muito menos aquecida, mas revela-se um ponto de passagem absolutamente indispensável no que respeita a combustíveis. Cuidados redobrados com a qualidade do gasóleo distribuído nos confins da Bolívia, que se apresenta geralmente como uma substância espessa de cor castanha, capaz de "entupir" literalmente os injectores mais sensíveis se não for previamente filtrado. É conveniente estar munido de "jerrycans" suplementares, para evitar reabastecer o veículo com combustíveis suspeitos. Em Uyuni, as casas alinham-se ao longo de ruas largas traçadas na perpendicular. Mesmo com limitações, existe um hotel (Avenida), uma pousada (Tunupa) e duas residenciais (Sucre e Urkupiña). Numa opção mais rústica, poderá experimentar o Hotel de Sal, totalmente construído em blocos de sal no meio do salar. Além das largas pistas de terra batida (com alguma «chapa ondulada» criada pela passagem de camiões) existe, agora, uma ligação regular de comboio entre a capital da Bolívia, La Paz e Uyuni.
Fonte: Janela Web

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