segunda-feira, dezembro 17, 2007

MILAN X BOCA JUNIORS: um jogo que entrou para a história

MILAN X BOCA JUNIORS: um jogo que entrou para a história

Não costumo assistir a jogos de futebol nos dias de hoje, mas devo admitir que o jogo entre MILAN X BOCA JUNIORS pela final do campeonato mundial interclubes deste último domingo (16/12), em Yokohama (Japão), foi espetacular e entrou para a história.


O primeiro tetra-campeão mundial interclubes

Com a vitória do Milan sobre o Boca Juniors por 4 a 2, o time italiano se transformou no primeiro clube a conquistar o Mundial de Clubes pela quarta vez. O jogador brasileiro Kaká desequilibrou, marcou o terceiro gol dos italianos e ainda deu passe para dois gols anotados por Inzaghi.
Antes a equipe italiana havia sido campeã também nos anos de 1969, 1989 e 1990, quando a competição ainda não era reconhecida pela Fifa e era disputada somente pelos vencedores dos torneios continentais da Europa e da América do Sul.
Esta é, aliás, a primeira vez que um clube europeu fatura a competição desde que ela passou a ser chancelada pela principal entidade do futebol mundial. Antes, o Corinthians havia sido campeão em 2000, no Brasil (título recentemente reconhecido pela FIFA), enquanto São Paulo e Internacional faturaram as edições de 2005 e 2006, respectivamente, que já ocorreram no Japão, com a atual fórmula de disputa.


A bola com chip

Depois do tira-teima, já usado nas transmissões de TV, uma nova tecnologia poderá revolucionar a arbitragem dos jogos de futebol. Cientistas do Fraunhofer Institut de Erlangen, perto de Nurembergue, desenvolveram um sistema baseado em tecnologia wireless para determinar a posição exata dos jogadores em campo e, assim, esclarecer no ato dúvidas sobre impedimentos, gols e faltas discutíveis.
A comunicação e determinação da posição ocorre através de um chip implantado na caneleira dos jogadores e outro dentro da bola de futebol. Os dados são coletados por até dez antenas posicionadas à beira do gramado, processados por um computador central e, em seguida, transmitidos para aparelhos portáteis.
A idéia revolucionária partiu do presidente da Cairos Technologie AG, Hartmut Braun, e seu sócio Roland Stucky, após um jogo de veteranos do ATSV Mutschelbach. Como fazem milhões de torcedores todos os fins de semana no mundo inteiro, eles também discutiram horas se a bola havia entrado no gol ou não.
Os chips captam com precisão centimétrica até duas mil vezes por segundo as posições atuais dos 22 jogadores e da bola", explica René Dünkler, do Fraunhofer Institut. Esses dados, processados imediatamente, podem ser usados tanto pelos juízes, para corrigir decisões e acalmar a torcida, quanto pelos treinadores, para avaliar o desempenho dos jogadores e, eventualmente, realizar substituições.
Além do futebol, a nova tecnologia poderá beneficiar o basquete, vôlei, beisebol, golf e até o esqui. Fora do campo esportivo, o novo chip também poderá ser usado em sistemas de segurança nos aeroportos ou para controlar o movimento de presidiários e a localização de pessoas desaparecidas. A bola com chip pode ser o início de uma revolução que vai muito além dos campos de futebol.
A introdução da nova tecnologia da linha de gol no futebol deu um passo à frente neste último domingo no jogo da final do Mundial Interclubes entre Milan x Boca Juniors. O sistema consiste em um chip implantado dentro da bola e de dispositivos enterrados dentro e fora do campo entre a linha do gol. Por enquanto, a tecnologia somente foi usada nas decisões referentes à linha de gol indicando se a bola ultrapassou ou não a linha de gol informando ao árbitro imediatamente. O sinal somente será comunicado aos oficiais do jogo.


A censura no futebol

O episódio triste deste jogo histórico ficou por conta de uma possível censura da mídia exigida pela FIFA em casos de lances polêmicos da partida.
Isso ficou muito claro neste jogo aos 43 minutos do 1º tempo e logo aos 9 minutos do 2º tempo, ambas as jogadas foram dentro da área em lances duvidosos que poderiam resultar em pênaltis.
Supõe-se que a TV estaria proibida de mostrar o replay de jogadas duvidosas como estas, mas o fato é que esta hipótese realmente aconteceu, tendo que a própria REDE-GLOBO passar o replay do lance, enquanto que a tarefa seria por obrigação de ser feita pela TV local, no caso, a responsável pela transmissão.


Dados do jogo:

- MILAN
Dida; Maldini, Nesta, Kaladze, Bonera; Gattuso (Emerson), Pirlo, Ambrosini; Kaká, Seedorf (Brocchi); Inzaghi (Cafu).
Técnico: Carlo Acelotti

- BOCA JUNIORS
Caranta; Ibarra, Maidana, Paletta, Morel Rodríguez; Battaglia, Alvaro González (Ledesma,), Banega, Cardozo (Gracián); Palácio, Palermo.
Técnico: Miguel Angel Russo

Local: Estádio Internacional de Yokohama (Japão).
Árbitro: Marco Rodríguez (MEX)
Auxiliares: José Luis Camargo (MEX), Pedro Rebollar (MEX)
Público total: 68.263
Gols: Inzaghi aos 20 e aos 25min do segundo tempo; Palácio, aos 22min do primeiro tempo; Nesta aos 4min do segundo tempo; Kaká aos 15min do segundo tempo
Cartões Amarelos: Ambrosini e Kaká (Milan); Ibarra), Battaglia e Paletta (Boca Juniors)
Cartões Vermelhos: Kaladze (Milan) e Ledesma (Boca Juniors)


Obs.: Só pra constar, a média de idade dos jogadores do Milan é de 31 anos de idade, mais uma vez provando o velho ditado que venho repetindo insistentemente aqui no BLOG: "panelha velha é que faz comida boa". Dizer que alguns jogadores do futebol brasileiro da atualidade são craques é uma tremenda piada. Pra quem viu jogadores da seleção brasileira como os das copas do mundo de 1970 e 1982 atuando... Fala sério, gente!

Ricardo M. Freire