quinta-feira, maio 07, 2009

Você sabia?

Você sabia que o objeto mais longínquo do universo já observado foi uma explosão ocorrida numa distância de 13 mil milhões de anos-luz?

Há mais de 13 mil milhões de anos, deu-se uma explosão de raios gama que só a pouco tempo foi observada por vários telescópios na Terra. Só durou dez segundos, mas foi o suficiente para localizar o mais afastado objecto do Universo.
Na manhã de 23 de Abril, o telescópio espacial Swift observou uma explosão na constelação de Leão que rapidamente foi seguida também pelos telescópios do Observatório Europeu do Sul (ESO) no Chile, o ESO/MPG e o Very Large Telescope (VLT). Através da leitura de infravermelhos, o VLT conseguiu calcular a distância e a idade do objecto que produziu a explosão, devido ao fenómeno chamado desvio para o vermelho.
A luz comporta-se como uma onda que pode ser mais ou menos energética. Na zona do espectro da luz visível ao olho humano, as ondas menos energéticas e mais compridas transmitem a cor vermelha. Ao viajar pelo espaço, o comprimento de onda que a luz emite tende a tornar-se cada vez menos energético, devido à expansão contínua do Universo. Quanto maior for a distância atravessada pela luz, maior vai ser este desvio.
Descobriu-se que a luz vinda da explosão foi consideravelmente esticada, ou desviada para o vermelho, pela expansão do Universo. Com um desvio para o vermelho de 8,2, esta é a explosão de raios gama mais remota que alguma vez foi detectada, e também o objeto mais distante alguma vez descoberto.
A luz viaja a uma velocidade finita. Quando observamos uma estrela que está a um ano-luz de distância, a imagem que temos dela aconteceu há um ano. Se ajustarmos as lentes dos telescópios para estrelas ou galáxias ainda mais distantes, acabamos por olhar para o passado do Universo.
A nova explosão, denominada GRB 090423, aconteceu 600 milhões de anos depois do início do Universo, com o Big Bang — há 13.700 milhões de anos. As primeiras estrelas estavam a formar-se e o tamanho do espaço seria uma pequena parte do que é agora.
A descoberta prova a importância das explosões de raios gama na procura das regiões mais distantes do Universo. É possível que explosões ainda mais remotas serão encontradas, o que vai abrir portas para se estudar a primeiríssima estrela e, em última análise, o fim da idade das trevas do Universo, no que diz respeito ao período em que o Universo era demasiado novo para formar estrelas e a luz que emitia não seria captada por um telescópio. Calcula-se que as primeiras estrelas só se formaram quando o Universo tinha entre 200 e 400 milhões de anos.
O anterior objeto mais afastado no espaço é a galáxia I0K-1 descoberta em 2006, que está a 12.880 milhões de anos-luz de distância.


Fonte: Última Hora

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