Fazendo um balanço de 2007
Acredito que todos os anos vividos de nossas vidas são importantes. Muitos deles se destacaram ou marcaram mais que outros. Inúmeros são os motivos, depende de cada pessoa. No meu caso acredito que os anos de 1983, 1984, 1991, 1992, 1996, 2001 e 2005 foram os mais marcantes. E posso afirmar que lembro detalhadamente de cada um deles. Não que eu tenha a memória muito boa, mas sempre procurei viver intensamente e aproveitar bem os bons momentos como que sabendo que quando estava vivendo cada um deles e sabia distinguí-los a ponto de dizer: ''este é um bom momento, vou aproveitá-lo''. É como se eu soubesse também que um dia eles iriam diminuir ou simplesmente ficarem para trás. Eu parecia presentir que minha vida passaria por mudanças muito radicais. Mas as mudanças são constantes, são extremamente naturais. É coisa da vida, ou talvez algo como consequência do tempo.Os bons momentos sempre estão presentes e as vezes simplesmente não conseguimos distinguí-los uns dos outros. Agora sei que cada época tem seus bons momentos, eles apenas mudam, mas nunca deixam de existir.
Um bom momento não é aquele somente em que estamos em festas. O bom momento está dentro de cada um, não importa a época ou o lugar, basta transformarmos um momento qualquer em algo inesquecível. E como fazer isso? Aí vai da criatividade de cada um.
O ano de 2007, pra mim, foi o ano do aprendizado. As mudanças estiveram presentes, é claro, mas o aprendizado esteve sempre em destaque. Digo isso não somente pelas experiências por que passei, mas por estar o tempo todo atrás de algo ou de alguém que me ensinasse alguma coisa. Aprendi a ''não cuspir para o alto'', aprendi que só ''damos valor às coisas boas quando as perdemos'', que ''não há lugar melhor que o nosso lar''... Eis aí alguns dos ditados populares que todos nós conhecemos, mas que as vezes não damos a menor importância. Aprendi a não colocar amigos na frente da família, aprendi a ouvir mais do que falar. Aprendi a ser mais flexível, mais tolerante, mais ''político''. Aprendi que nem sempre dizer a verdade é necessariamente o mais correto a se fazer, aprendi a não querer consertar o mundo, mas claro que nunca deixando de fazer a minha parte, sempre.
Foi um ano em que aprendi que o fim de semana foi feito para descansar. Foi ainda o ano em que aprendi a perdoar, a ceder. Foi também o ano da reconciliação.
Esse ano foi a época em que procurei enxergar mais novos horizontes, a deixar meu radicalismo um pouco de lado. Foi o ano também das decisões a serem tomadas, foi o ano da reflexão e da busca da ''verdadeira'' felicidade. Uma felicidade que tem que estar dentro de mim e que não dependa de nada e de ninguém. Procurei também entender um pouco mais as pessoas ao invés de criticá-las.
As maiores lições foram sem dúvida sobre a família e a satisfação profissional. Família é a base de tudo, é o alicerce, tem que estar sempre na frente de tudo. A realização e satisfação profissional são também fundamentais. Através delas podemos fazer de nosso dia-a-dia algo prazeiroso e que nos dê a alegria de podermos viver felizes e com intensidade. O dinheiro? Este vem com naturalidade, como consequência disto...
Mas a maior lição foi sem dúvida sobre algo que sempre coloquei em pauta, que sempre esteve no topo de minha vida e que dei a maior importância... A amizade.
Descobri que o meu melhor amigo e companheiro sempre foi e sempre será somente uma pessoa: meu próprio irmão!
Ricardo M. Freire