Perdoar faz bem !
As vezes fico me perguntando se é válido perdoar. Perdoar um crime, uma infidelidade, uma briga, uma fofoca, ou qualquer pessoa ou ato que tenha nos prejudicado de alguma forma. Enfim, perdoar algo que possa ser imperdoável.
Penso que não devemos fazer para os outros o que não desejamos à nós mesmos. Mas temos que estar preparados a conviver com pessoas que não pensam dessa forma. Todos nós estamos sujeitos a errar, talvez portanto também devemos, ao menos, sempre perdoar.
Existe algo imperdoável? Devemos perdoar aqueles que pecam contra nós, mesmo que não se arrependam?
Poderíamos dizer também, que existe o auto-perdão. Talvez algo que tenhamos feito ou por não tê-lo feito e que viesse a nos incomodar. Perdoar a si mesmo talvez seja um dos maiores desafios, pois está relacionado com a capacidade ou dificuldade que cada um tem de se amar e se aceitar. As pessoas as vezes não se amam por acreditarem terem feito algo muito terrível, às vezes isso até corresponde à verdade, mas muitas vezes não.
Talvez perdoar qualquer que seja a situação seja um simples ato de humildade. Quando somos machucados em nosso íntimo, em nossa alma, em nossos sentimentos, a tendência é mantermos a raiva dentro de nós fazendo com que isso só faça crescer a mágoa e afastar as pessoas. Podemos e devemos entender que pode parar de doer se formos capazes de perdoar. É como se a raiva sentida permanecesse presente. Não perdoar é manter o papel de vítima, e isso não permite o crescimento. É manter a raiva, mágoa, o rancor, pois mantém uma situação do passado, que influencia o presente e compromete não só o futuro, mas as relações de maneira geral, fazendo com que se rompam. Geralmente as pessoas com dificuldade em pedir perdão ou perdoar, tendem a ser rígidas, inflexíveis, radiacis, críticas com o outro e principalmente, consigo mesmas (talvez seja o meu caso).
Aprendi que toda situação mal resolvida gera sentimentos negativos e podem se tornar nosso inferno particular, como se tivesse algo nos remoendo por dentro. O perdão nos livra de mágoas e ressentimentos acumulados de raiva, ira.
No entanto, se for um caso muitíssimo sério e que venha a nos fazer passar por cima de princípios básicos ou questionar nossa própria identidade, é mais indicado deixar um pouco o assunto de lado e repensar em outro momento. O maior medo possa ser o de perdoar um pessoa permitindo-se assim, consequentemente, que ela continue a continuar a cometer os mesmos erros e danos.
Acho que quando não perdoamos, estamos fazendo um julgamento e eu pergunto: quem somos nós para julgarmos a atitude de alguém? Por pior que seja ou por mais prejuízos que possamos ter, o maior prejuízo é viver mal conosco mesmo e com nossos próprios sentimentos.
Se alguém nos pedir perdão e este pedido for negado, só mostra o quanto estamos sendo orgulhosos ou querendo mostrar o quanto somos superiores, e isso é deixar a humildade de lado totalmente.
O mais importante talvez, seja o fato de estar mais do que comprovado que acumular sentimentos negativos compromete nossa própria saúde física e mental, desencadeando não só conflitos psicológicos, mas também muitas doenças.
E lembrem-se! Só o perdão permite que um casamento ou namoro não acabe, que uma amizade tenha continuidade depois de um conflito, ou que as relações de trabalho sobrevivam em meio aos desentendimentos que costumam ocorrer em ambiente profissional.
Sendo assim, então por que não relevar e perdoar?
Ricardo M. Freire
