"Thriller", de Michael Jackson, faz 25 anos
Os zumbis não só são imortais, como também fazem aniversário: 25 anos depois de terem conhecido o estrelato por meio do clipe povoado de mortos-vivos, "Thriller", de Michael Jackson, cuja edição de aniversário será lançada na próxima semana, continua sendo o álbum mais vendido de todos os tempos.
Os números das vendas do "Thriller", lançado em dezembro de 1982, são motivo de controvérsia, já que não existe uma contagem mundial oficial.
O selo Epic (Sony-BMG) avalia que o total de álbuns vendidos seja de 104 milhões, com base em antigos dados do Guiness, o livro dos recordes. Mas vários especialistas consideram estes números como exagerados e o situam entre 50 e 60 milhões. Por outro lado, na sua edição de 2008, o Guiness apresenta a cifra de 55 milhões, total que parece mais verossímil.
Em qualquer das hipóteses, o primeiro lugar é incontestável e "Thriller" deve ocupar o posto por muito tempo ainda: a crise de vendas que toca a indústria da música, em plena transformação devido à internet, parece excluir a possibilidade de que um novo álbum atinja tal patamar de vendas.
"Thriler" é o álbum dos superlativos. Passou 80 semanas no top 10 dos Estados Unidos, dentre as quais, 37 (não consecutivas) no primeiro lugar. Foi certificado 27 vezes com o disco de platina (27 milhões de exemplares) nos EUA, é o único álbum a ser o mais vendido em dois anos consecutivos (1983 e 1984). Foi disco de platina ou diamante em 16 países, dentre eles o Reino Unido, a França e o Japão. De suas nove faixas, sete foram lançadas em single.
Em fevereiro de 1984, Michael Jackson bateu mais um recorde ao receber 12 indicações para o Grammy Awards, levando oito deles para casa: sete por "Thriller" e um pelo audiobook do filme E.T.
E foi de uma das músicas de "Thriller", a Billie Jean, que o talentoso dançarino mostrou ao mundo seu passo deslizante que virou febre mundial, o "moonwalk", em maio de 1983.
"Thriller", que elevou a black music ao primeiro plano, foi o sexto álbum solo de Jackson.
Mistura de soul, funk e pop, este disco é marcado pelos sons sintéticos dos anos 80. Grandes nomes participaram do álbum, como Paul McCartney e o guitarrista Eddie Van Halen.Seu sucesso também se explica por fatores sociais. O lançamento do disco aconteceu no momento do apogeu do vinil, substituído pouco depois pelo CD e, mais do que isso, coincidiu com o surgimento do canal destinado à música, a MTV. Isso contribuiu a fazer de Jackson o "Rei do Pop", enquanto que seus clipes inovadores reforçaram a notoriedade da emissora.
O curta-metragem produzido por John Landis para a faixa "Thriller" revolucionou a história do clipe e impressionou milhões de crianças com seus dançarinos zumbis.
A edição do 25° aniversário será lançada na segunda-feira no mundo todo e na terça nos Estados Unidos, com sete canções a mais: seis remixes assinados po Kanye West, Akon, Fergie e Will.i.am, e uma faixa inédita retirada das sessões de gravação de origem. Os clipes "Thriller", "Beat it" e "Billie Jean" estarão em um DVD bônus.
Músicas:
1- Wanna Be Startin' Somethin' (Jackson)
2- Baby Be Mine (Temperton)
3- The Girl Is Mine (Jackson)
4- Thriller (Temperton/Jackson)
5- Beat It (Jackson)
6- Billie Jean (Jackson)
7- Human Nature (Porcaro/Bettis)
8- P.Y.T. (Pretty Young Thing) (Ingram/Jones)
9- The Lady In My Life (Temperton)
Edição especial
A Epic lançou, em outubro de 2001, uma edição especial de Thriller celebrando os 30 anos de carreira solo de Michael Jackson. As canções "Someone In The Dark" – gravada em 1982 para a trilha-sonora de E.T. O Extraterrestre - e "Carousel" - inédita, até então - foram incluídas como faixas bônus.
Entre outras raridades, a gravação demo de "Billie Jean" e os bastidores da locução de Vincent Price para a faixa-título, incluindo um trecho do rap não incluído na mixagem final da canção.
O álbum ainda recebeu capa dura de luxo, com uma foto de Michael diferente da original. O encarte de Thriller também foi modificado, incluindo fotografias do acervo pessoal do astro.
Curiosidades
- A Epic deu três meses para que Michael e Quincy Jones gravassem o álbum Thriller em 1982. Quando os dois terminaram os trabalhos e ouviram o disco, não gostaram do resultado e pediram outros três meses. Foi o álbum com o tempo de produção mais curto já gravado pelo astro.
- Antes de ser revisada pelo compositor Rod Temperton, a faixa "Thriller" se chamava "Starlight".
- O produtor Quincy Jones tentou convencer Jackson a alterar o nome da canção "Billie Jean" para "Not My Lover" durante as gravações da faixa, em 1982. Ele temia que surgissem especulações de que a música falava da famosa tenista norte-americana Billie Jean King.
- Duas caixas de som do Westlake Audio Estúdio, em Los Angeles, Califórnia, tiveram sobrecarga e explodiram enquanto Michael gravava os vocais de "Beat It". Ninguém saiu ferido.
- A canção "Wanna Be Startin' Somethin'" começou a ser composta por Jackson em 1979, durante uma das sessões de gravação para o álbum Off The Wall.
- O grupo de pop rock Toto estava pronto para gravar "Human Nature" sob a produção de Quincy Jones em 1982 para o quarto álbum da banda quando Michael Jackson ouviu a melodia e pediu a canção. Eles aceitaram o apelo do astro e ainda tocaram todos os intrumentos da faixa.
- Depois de Jackson, somente outros dois cantores conseguiram colocar sete compactos de um mesmo álbum entre as dez mais dos Estados Unidos: Bruce Springsteen, com Born in the U.S.A. (1985) e Janet Jackson, com Rhythm Nation 1814 (1989).
- O presidente norte-americano Ronald Reagan utilizou a expressão "P.Y.T.", criada na letra da música de Michael com as iniciais das palavras "pretty"(bonita), "young" (jovem) e "thing" (coisa), durante a visita do astro à Casa Branca em 1984. Para cumprimentar as mulheres que acompanhavam a recepção ao astro, Reagan acenou e falou ao microfone: "Let's give some T.L.C. to the P.Y.T's" ("Vamos dar um tanto de cordialidade a essas lindas jovens").
- O compositor brasileiro Ivan Lins por pouco não teve uma versão da canção "Novo Tempo" incluída em Thriller. Durante visita ao Brasil em 1980, Quincy Jones ouviu a canção e pediu autorização para escrever uma versão que seria apresentada a Jackson. Lins não lhe deu resposta e "Novo Tempo" foi excluída da pré-seleção de faixas para o álbum.
Fonte: Folha De São Paulo / Wikipédia
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