sexta-feira, fevereiro 22, 2008

A unificação da Língua Portuguesa

A unificação da Língua Portuguesa

A nossa Língua Portuguesa, o 5º idioma e a 3ª língua ocidental mais falada no planeta, é o único a adotar duas grafias oficiais.
Este impasse poderá ser resolvido com o Acordo Ortográfico da Língua que tentará unificar o registro escrito nos 8 países que falam o idioma – Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe, Timor Leste, Brasil e Portugal.
Para a Comissão dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) o objetivo principal é facilitar o processo de intercâmbio cultural e científico entre os países, ampliando a divulgação do idioma e da literatura em língua portuguesa.
Toda a mudança está prevista para 2009, sendo que o prazo para os livros didáticos será até 2011.
Tudo muda para ambos os lados – Brasil e Portugal. Os lusitanos terão que grafar algumas palavras como no Brasil. Como exemplo podemos citar a palavra “acção” que passará a ser “ação”. As palavras “herva” e “húmido” passarão a ser “erva” e “úmido”. Somente as palavras que tem diferentes pronúncias permanecerão com a possibilidade de duas grafias, como é o caso da palavra “fato” escrita em terras brasileiras e “facto” presente no cotidiano “além mar”.
Para nós brasileiros as mudanças irão acalentar as reclamações diárias que fazemos ao passar para o papel o nosso tão querido idioma. Serão 20 bases de mudanças no total, dentre elas teremos o fim do trema, presente em algumas palavras como “lingüiça”. Não se usará mais o acento circunflexo nas terceiras pessoas do plural do presente do indicativo ou do subjuntivo dos verbos “crer”, “dar”, “ler” e seus derivados. Iremos escrever “creem”, “deem” e “leem”. O acento circunflexo em palavras terminadas em hiato “oo”, como “vôo”, também não existirá. O acento também deixará de ser usado para diferenciar “pára” (verbo) de “para” (preposição).
Agora é aguardar a decisão e aprovação dos chefes de Estado da Comissão dos Países de Língua Portuguesa.
Precisamos nos preocupar com o futuro da nossa língua viva e nos adaptar a esta necessária unificação ortográfica.


O que muda na ortografia

- As paroxítonas terminadas em "o" duplo, por exemplo, não terão mais acento circunflexo. Ao invés de "abençôo", "enjôo" ou "vôo", os brasileiros terão que escrever "abençoo", "enjoo" e "voo"

- Mudam-se as normas para o uso do hífen

- Não se usará mais o acento circunflexo nas terceiras pessoas do plural do presente do indicativo ou do subjuntivo dos verbos "crer", "dar", "ler", "ver" e seus decorrentes, ficando correta a grafia "creem", "deem", "leem" e "veem"

- Criação de alguns casos de dupla grafia para fazer diferenciação, como o uso do acento agudo na primeira pessoa do plural do pretérito perfeito dos verbos da primeira conjugação, tais como "louvámos" em oposição a "louvamos" e "amámos" em oposição a "amamos"

- O trema desaparece completamente. Estará correto escrever "linguiça", "sequência", "frequência" e "quinquênio" ao invés de lingüiça, seqüência, freqüência e qüinqüênio

- O alfabeto deixa de ter 23 letras para ter 26, com a incorporação de "k", "w" e "y"

- O acento deixará de ser usado para diferenciar "pára" (verbo) de "para" (preposição)

- Haverá eliminação do acento agudo nos ditongos abertos "ei" e "oi" de palavras paroxítonas, como "assembléia", "idéia", "heróica" e "jibóia". O certo será assembleia, ideia, heroica e jiboia

- Em Portugal, desaparecem da língua escrita o "c" e o "p" nas palavras onde ele não é pronunciado, como em "acção", "acto", "adopção" e "baptismo". O certo será ação, ato, adoção e batismo

- Também em Portugal elimina-se o "h" inicial de algumas palavras, como em "húmido", que passará a ser grafado como no Brasil: "úmido"

- Portugal mantém o acento agudo no "e" e no "o" tônicos que antecedem "m" ou "n", enquanto o Brasil continua a usar circunflexo nessas palavras: académico/acadêmico, génio/gênio, fenómeno/fenômeno, bónus/bônus


Texto e sugestão: Patrícia Fagundes

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