Onde está o romantismo?
Talvez esta seja uma das perguntas mais ocorridas ultimamente em barzinhos ou locais de paquera. Pode ser que esta pergunta até esteja mal formulada, podendo ser: "Onde está o antigo romantismo?". Sim, pois o romantismo nos dias de hoje passou a ser coisa do passado.
Primeiramente precisamos definir sabiamente o significado da palavra romantismo. Definir na prática, não na teoria. Por ser um romântico de carteirinha, acreditem vocês ou não, tomo a liberdade de expressar minha opinião.
Mandar flores, levar café ca manhã na cama ao amanhecer, jantar a luz de velas, poesias e poemas, cartões, cartas de amor, telemensagens, telegrama falado, serestas... Talvez estes sejam alguns dos principais ingredientes para o romantismo. São atitudes simples de se fazer, mas que hoje em dia são raramente praticadas.
Existe o romance opcional e o obrigatório. O obrigatório deixa de ser, até certo ponto, romântico. Passa a ser uma simples questão de obrigação e talvez nem funcione. O romance tem que ser uma linguagem do amor, tem que vir de dentro, por vontade própria, feito de coração.
Mas o interessante é que as pessoas estão tão desacreditadas do romantismo, que quando encontram alguém do tipo, simplesmente desacreditam. Ou estão desacreditadas ou não estão preparadas.
Eu mesmo já passei por situações constrangedoras... Não generalizando para o lado das mulheres, mas algumas delas acham até um tanto careta ser romântico. Algumas gostam simplesmente de ousadia e muita ação! Talvez o que chegaria perto da perfeição fosse uma pessoa romântica e ousada ao mesmo tempo. Já ouvi frases como: "Não gosto de boi manso!". O Romântico é cauteloso, deve-se entender assim...
O romantismo permite à uma relação que está por surgir, que seja algo mais intenso de se viver, a ansiedade, o clima de apreensão ao se chegar no primeiro beijo, no primeiro contato físico. Existe um toque sutil de inocência... O medo nos faz parecer ridículos, mas é tão gostoso saber que o que sentimos é recíproco! Assim, quando fazemos uma demonstração de amor, o outro gosta e retribui, e gostamos da retribuição e faz-se novamente, e acaba virando um ciclo, que já nem sabemos mais se fazemos porque gostamos ou porque gostamos de ver ou outro feliz ou as duas coisas, mas este é um ciclo bom, e ser romântico pode ser assim.
Antigamente, para se chegar no primeiro beijo eram necessárias semanas e semanas, ou até mesmo meses e meses de "xaveco", como se diz na gíria popular. Reparem só como os relacionamentos começam e terminam como se fosse algo meramente corriqueiro!
Devemos dar uma chance a nós mesmos e acreditar que ainda o romantismo existe, mas é preciso saber abrir nossas próprias mentes, abrir novos horizontes. É possível ser romântico num lugar onde seja quase que inapropriado. Diria uma danceteria, por exemplo... Mas é possível sim, um simples olhar pode transmitir romantismo! Importante também, é saber que romantismo não é barganha. Perde-se tempo com gestos românticos em troca de algum favor ou perdão! Ser romântico é demonstrar nosso amor de diversas maneiras, e às vezes, por causa dos outros, acabamos nos fechando numa concha e esquecendo o quanto é bom cultivar o amor, quando fazemos isso, não é preciso grudar na pessoa, nem ficar dando demonstrações de carinho a cada cinco minutos, mas dar uma atenção extra, colocar pequenos detalhes no dia a dia; um olhar, um código, algo que diga o quanto amamos a pessoa, mas que seja da maneira só nossa. O romantismo não está apenas no amor, está em repararmos na natureza, na cidade, nas pessoas, a maneira como vivemos, e como tratamos os outros, desde os amigos, até companheiros. O romance é uma maneira de ver a vida por um olhar mais leve, mais livre, e muito mais gostoso, talvez seja isso, o amor por si próprio.
Mas pra falar a verdade, no final das contas, o romantismo está é no sangue mesmo, coisa de nascença...
Ricardo M. Freire
3 comentários:
Muito legal seu texto sobre o romantismo, seu desabafo sei lá...
Parabéns pelo que escreveu!
O romantismo não está apenas no amor, está em repararmos na natureza, na cidade, nas pessoas, a maneira como vivemos, e como tratamos os outros, desde os amigos, até companheiros. O romance é uma maneira de ver a vida por um olhar mais leve, mais livre, e muito mais gostoso, talvez seja isso, o amor por si próprio.
EU ESTOU EXATAMENTE ASSIM, APAIXONADA POR MIM MESMA ENTAO.COMO ESSE TEXTO ACIMA SEU DIZ, É INCRIVEL.GOSTARIA Q MEU AMOR ESTIVESSE NA MESMA SINTONIA, MAS O TAL "ROMANTISMO" ELE NAO CONHECE , NUNCA VIU OU OUVIU FALAR.
(estamos brigados a pouco masi de um mês. manda mensagens dizendo q me ama todo dia, mas nao acredito q isso seja romantismo, pois dpois das brigas eh a mesma coisa sempre, mas agora algo em mim mudou e de uma coisa eu sei, q Deus esta comigo e que alguem mt especial me procura)
ENFIM, AMEI SEU TEXTO.PARABENS!! O MUNDO AINDA NAO TA PERDIDO, POIS EXISTE AINDA PESSOAS COMO VC E EU.
Gostei...
Ultimamente ando me perguntando também se alguém ainda lê ou recita Shakespeare para as garotas... eu me derreteria em lágrimas se alguém o fizesse.
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