Papagaios que falam de verdade!
A língua do papagaio possui um formato diferenciado e permite que ele reproduza os sons. Todos os animais que têm a língua redonda conseguem fazer sons articulados. Estudos revelaram que o papagaio é capaz de movimentar a língua e promover variações vocais de diversas freqüências e amplitudes, formando a base para os sons das vogais, mesma característica da fala humana.
A maritaca e o periquito são exemplos de bichos que também possuem essa capacidade de repetição.
O papagaio N`kisi
A descoberta de um papagaio com um poder incomparável de comunicação com as pessoas tem causado surpresas na comunidade científica. A ave, um papagaio africano em cativeiro chamado N`kisi, tem um vocabulário de 950 palavras e dá sinais de ter senso de humor.
N`kisi inventa suas próprias palavras e frases se for confrontado com novas idéias com as quais seu repertório não consegue lidar,da mesma forma, como ocorre com uma criança.
Acredita-se que N`kisi seja o animal com uso mais avançado de linguagem humana do mundo. N`kisi usa palavras em contexto, flexionando o passado, presente e futuro de verbos e, com freqüência, é criativo.
Uma das expressões criadas pelo papagaio, que fala inglês, é `remédio com cheiro bom` (`pretty smell medicine`, em inglês) para descrever óleos para aromaterapia utilizados por seu proprietário, um artista que mora em Nova York.
Da primeira vez que encontrou Jane Goodall, uma renovada especialista em chimpanzés, ao vê-la em uma foto com macacos, N`kisi perguntou: `tem um chimpanzé?`
O papagaio se faz de humorista. Quando outro papagaio se pendurou de cabeça para baixo no poleiro, N`kisi comentou: `Você tem que tirar uma foto desta ave.`
Goodall disse que a proficiência verbal de N`kisi é um `exemplo impressionante de comunicação entre espécies`.
Em uma experiência, a ave e seu dono foram colocados em dois cômodos diferentes e filmados enquanto o artista abria envelopes aleatórios com figuras. Uma análise dos resultados mostrou que o papagaio utilizou palavras-chave apropriadas com freqüência três vezes maior do que faria casualmente.
O papagaio Alex
Destaque de programas de TV e de artigos científicos por saber reconhecer cores, o papagaio Alex era capaz de falar mais de cem palavras e contar até seis (incluindo o zero).
A ave de 31 anos, estava com a psicóloga Irene Pepperberg, pesquisadora das universidades Brandeis e Harvard, havia três décadas. As pesquisas dela com este papagaio renderam avanços científicos significativos sobre cognição das aves e evolução da linguagem no cérebro.
Foi a partir desses estudos que se descobriu que papagaios não apenas repetem sons, mas são capazes entender conceitos.
Em 1977, quando Pepperberg, então aluna de doutorado em química, comprou Alex em uma loja de animais, cientistas tinham poucas expectativas de que uma ave pudesse aprender a se comunicar com seres humanos.
Usando novos métodos de ensino, Pepperberg estimulou Alex a aprender grupos de palavras, que ele podia colocar em categorias, e a contar pequenas quantidades, além de fazer o reconhecimento de cores e de formas. Alex chegou a chamar uma maçã de "banereja", porque a fruta é vermelha por fora (como a cereja) e branca por dentro (como a banana).
O trabalho foi revolucionário. "Mudou a forma como pensávamos o cérebro das aves", disse Diana Reiss, do Hunter College, que trabalha com golfinhos. Outros alertaram para que não se humanizasse suas habilidades. Ele aprendeu e se comunicar em expressões básicas, mas não mostrava o tipo de lógica e capacidade de generalização de uma criança.
No entanto, há relatos de que Alex instruía outros papagaios no laboratório a falarem melhor quando eles gaguejavam. E de vez em quando mostrava frustração com exercícios repetitivos.
Pepperberg diz que Alex ainda não tinha atingindo sua capacidade máxima. Sua última conversa com ele foi na quinta-feira, quando se despediu dizendo: "Comporte-se. Vejo você amanhã. Te amo". Alex respondeu: "Você estará aqui amanhã".
Infelizmente, o papagaio cinza africano Alex, uma das aves mais famosas do mundo científico, acabou deixando um grupo de etólogos órfãos. Alex morreu de causa ainda desconhecida aos 31 anos de idade.
Fontes: BBC / Folha On Line / Fapesp
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Um comentário:
Que interessante :)
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