O cometa Lulin pôde ser visto no céu, com brilho máximo, em fevereiro deste ano com ajuda de binóculos.
O astro errante no seu momento mais luminoso pôde ser visto em lugares com céu limpo e longe das luzes da cidade. A Lua colaborou: esteve no fim da fase minguante e não ofuscou a observação.
Lulin atingiu a sua aproximação máxima com a Terra. Esteve cerca de 60 milhões de quilômetros, menos da metade da distância entre a Terra e o Sol.
Quando um cometa se aproxima do Sol, o calor vaporiza a sua crosta de gelo e poeira, que deixa um rastro conhecido como cauda. Portanto, a cauda nada mais é do que "poeira deixada para trás".
O vento solar, que é uma corrente de partículas carregadas que o Sol emite, joga esses gases para fora de maneira perpendicular à órbita. Quem olhou da Terra para o Lulin, então, viu duas caudas. No caso de Lulin, foi apenas uma ilusão de ótica, uma questão de ângulo. A cauda, na verdade, era uma só.
O Lulin circula em sentido oposto ao dos planetas em torno do Sol. Como a Terra estava indo na direção contrária à do cometa, a velocidade aparente do astro era alta.
Cometas podem voltar com frequências que variam de algumas dezenas até milhões de anos. Os cometas de período mais curto, como o Halley, que visita a Terra a cada 76 anos, vêm de um lugar chamado cinturão de Kuiper (pronuncia-se "kóiper"), a mesma região do planeta-anão Plutão.
Outros cometas, de período longo, como Lulin, vêm de uma região orbital bem mais distante: a Nuvem de Oort, a 50 mil unidades astronômicas (o mesmo que 50 mil vezes a distância entre a Terra e o Sol). Isso significa que, se a Terra estivesse a um metro do Sol, a Nuvem de Oort estaria a 50 quilômetros (o cinturão de Kuiper estaria a algumas dezenas de metros). Por isso, os cometas de lá, depois de passarem por aqui, demoram para voltar. O Lulin é um deles e leva milhões de anos para completar uma órbita, não devendo voltar por aqui nos próximos milhões de anos.
O cometa foi visto pela primeira vez em julho de 2007, por observadores asiáticos.
A Nasa (agência espacial dos EUA) apontou o telescópio espacial Swift para o Lulin a fim de tentar entender melhor a sua composição química e encontrar mais pistas sobre a origem dos cometas e do Sistema Solar. Cometas são de grande interesse para isso, pois acredita-se que sua composição seja semelhante à de corpos que vagavam no espaço antes da formação dos planetas.
Fonte: UOL
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