Internet via rede elétrica
A FCC (Federal Communications Commission), órgão do governo norte-americano responsável pela regulamentação das telecomunicações naquele país, colocou em consulta pública a normatização do serviço de Internet em banda larga utilizando a rede elétrica. A tecnologia para utilização de redes de distribuição de energia elétrica já vem sendo pesquisada por vários grupos de pesquisa ao redor mundo e pode ser considerada pronta para implantação em larga escala. Será mais uma opção para usuários domésticos e empresas terem acesso a serviços de banda larga, não apenas para acesso à Internet, mas também para a implantação de redes, serviços de multimídia e teleconferências.
O principal objetivo da normatização que está sendo proposta é o provimento de mais uma alternativa para o que os americanos chamam de "last-mile" (última milha), a parte final da malha de distribuição dos serviços, aquela que chega até a residência ou ao escritório. Esta é a porção mais cara do serviço, devido aos custos de infraestrutura e instalação. Desta forma, "back-bones" de fibra ótica poderiam distribuir os serviços, funcionando como grandes avenidas ao longo das cidades, enquanto que a rede elétrica faria o papel das pequenas ruas, retirando o tráfego da avenida e fazendo o serviço chegar até o local de trabalho do usuário, seja em sua casa, seja em seu escritório.
A implantação do serviço via rede elétrica deverá impactar diretamente o serviço DSL ("Digital Line Subscriber"), hoje oferecido por redes de TV a cabo e através de modens a cabo que utilizam linhas telefônicas. Mas certamente trará grandes vantagens para quem mora em áreas rurais, não servidas por estes serviços. Outra grande vantagem do novo sistema será sentido pelas empresas de energia, que terão um meio barato e efetivo de monitorarem e gerenciarem efetivamente suas redes de distribuição de eletricidade.
A proposta da FCC engloba dois tipos de serviço: acesso e interno ("in-house").
O serviço de acesso utiliza as redes de média voltagem, entre 1.000 e 4.000 volts para levar a Internet e outros serviços de banda larga até o usuário final.
O serviço interno utiliza a fiação interna das residências e escritórios, de baixa voltagem, para conectar computadores, impressoras e todos os demais periféricos ligados à informática, além de controladores específicos, seja de eletrodomésticos, seja de gerenciamento de funções da casa ou edifício.
A FCC ressalta que as regras existentes para o sistemas de portadoras, que modulam ondas de rádio na corrente alternada disponível na fiação elétrica, transmitindo dados ou voz, tem tido sucesso. Entretanto, esses sistemas de portadora têm operado com capacidade de comunicações relativamente limitada, em freqüências abaixo de 2 MHz, sobre uma estreita faixa do espectro. Agora, a disponibilidade de microprocessadores mais rápidos e o desenvolvimento de técnicas de modulação mais sofisticadas permitiram a criação de novas especificações de potência para linhas digitais que utilizam múltiplas portadoras, utilizam uma ampla faixa de freqüência (entre 2 e 80 MHz) e operam com altas taxas de transferência.
No Brasil
No bairro da Restinga, na periferia de Porto Alegre, está sendo testado um dos únicos terminais de atendimento brasileiros que têm acesso à Internet através de um fio ligado diretamente na tomada. Um aparelho converte o sinal de internet para a rede elétrica, que depois é reconvertido por outra máquina, similar a um modem. A tecnologia está sendo apresentada no fisl 8.0.
O acesso à Internet utilizando discagem, como funciona em boa parte das residências brasileiras, tem uma velocidade de 56 mil bites por segundo (56 Kb/s), normalmente. Utilizando a rede de cabos, chega a 2 milhões de bites por segundo (2 Mb/s). A Internet pela rede elétrica testada em Porto Alegre funciona a 45 milhões de bites por segundo, e será trocada, em breve, por um acesso de 200 milhões de bites por segundo. A transferência atual é pelo menos sete vezes mais rápida, dependendo do aparelho
Fontes: Terra / Inovação Tecnológica
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