Os "ratos mutantes"
Cientistas estão preocupados com o surgimento de "super-ratos", imunes a venenos.
No momento, ainda é possível combater os ratos, mas os cientistas preocupam-se com a possibilidade de que isso mude no futuro. O problema é que só existe apenas um conjunto de ingredientes ativos que podem ser utilizados para combater a praga. Não importa que marca o veneno contra ratos porte no mercado comercial, todos eles usam anticoagulantes que impedem a coagulação sangüínea dos animais.
O veneno funciona iludindo os ratos. Nos grupos de roedores, usualmente existem farejadores que provam os alimentos primeiro, e se o farejador morre os demais animais não se alimentam da mesma fonte. Para contornar essa dificuldade, os venenos de rato são projetados para fazer efeito depois de alguns dias, de modo que os animais não associem o envenenamento à morte.
Com os venenos anticoagulantes, os ratos morrem de hemorragia interna. O veneno impede o efeito da vitamina K no corpo do animal. Essa vitamina regula a permeabilidade dos vasos sangüíneos, bem como a coagulação.
O primeiro veneno do tipo era conhecido como warfarin, e chegou ao mercado em 1953. O produto oferecia muitas vantagens, mas uma desvantagem decisiva: poucos anos depois de sua introdução, surgiram ratos capazes de resistir ao warfarin, na Escócia. O ADN da população roedora se havia alterado de modo que o veneno deixasse de afetar a coagulação. Hoje, ratos marrons resistentes ao veneno existem em diversas partes da Europa, bem como na América do Norte. Muitos desses ratos são imunes não só ao warfarin como a agentes desenvolvidos posteriormente.
Descobriu-se esses mutantes em algumas áreas da Alemanha, igualmente. A área na qual os ratos resistentes ao veneno parecem viver se estende do limite norte da região do Ruhr à parte sul de Emsland, no Estado da Baixa Saxônia. A oeste, a região se estende até a Holanda. Essa era a extensão do conhecimento dos cientistas no final dos anos 90. Os super-ratos continuaram a se espalhar, e animais resistentes a venenos de uso comum foram localizados também em Hamburgo e Hanover.
Combater ratos continua a ser importante. Uma fêmea pode produzir 600 descendentes ao ano, se contarmos seus filhotes e os de segunda geração.Os animais portam doenças como a leptospirose, que pode ser fatal.
Com a ajuda da Associação de Controle de Pragas da Alemanha, os cientistas desejam descobrir se os animais resistentes a veneno estão se espalhando e, se estão, para onde. Amostras obtidas em Hamburgo e na Baixa Saxônia serão examinadas em seus institutos, e os resultados armazenados em bancos de dados.
Os cientistas do Instituto de Higiene e Meio Ambiente de Hamburgo já começaram a trabalhar no projeto.
Ninguém sabe quando surgirá o primeiro rato imune a todos os tipos de venenos. Talvez seja apenas uma questão de tempo. Sinais iniciais de resistência a um desses venenos mais potentes foram localizados em uma fazenda na Inglaterra.
Fonte: Terra
quinta-feira, abril 02, 2009
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário