quarta-feira, novembro 19, 2008

De olho no céu: chuva de meteoros Táuridas

De olho no céu: chuva de meteoros Táuridas

A chuva de meteoros Táuridas, aparece entre meados de Outubro e meados de Novembro, mas entre 5 e 12 de Novembro, foi provavelmente a melhor altura para as observar este ano, tendo em conta o seu pico de atividade e o efeito da crescente luz refletida pela Lua.
Depois do pôr-da-Lua - por volta das 23:30 (hora de Portugal) no dia 5 de Novembro, mais tarde nas noites seguites - apareceram entre 10 a 15 meteoros por hora. São normalmente laranja-amarelados, e, em comparação com a generalidade dos meteoros, parecem mover-se relativamente devagar pelo céu. O seu nome vem de onde parecem radiar, da constelação de Touro, que se situa baixo a Este-Nordeste um par de horas após o anoitecer, e que fica diretamente por cima das nossas cabeças por volta da uma e meia da manhã.


Os meteoros

Normalmente conhecidos pelo seu termo popular de "estrelas cadentes", os meteoros são gerados quando detritos entram e queimam-se na atmosfera da Terra. No caso das Táuridas, são atribuídas aos detritos deixados para trás pelo Cometa Encke, ou talvez por um cometa muito maior que após se ter desintegrado, criou o Encke, bem como muitos outros entulhos.
De fato, a corrente de material das Táuridas contém fragmentos notavelmente maiores que aqueles libertados por outros cometas, que é o porquê de em certos anos - e prevê-se que 2008 seja um deles - esta corrente meteórica relativamente velha proporcionar vários meteoros invulgarmente brilhantes conhecidos como "bolas de fogo."
As Táuridas são na realidade divididas nas Táuridas Norte e Táuridas Sul. Este é um exemplo do que acontece a uma corrente de meteoros quando envelhece.
Mesmo no início, as partículas podiam nem estar a mover-se exactamente na mesma órbita que o seu cometa-mãe; a sua ligeira divergência cresce com o tempo. Entretanto, o Sol não é o único corpo que controla gravitacionalmente as órbitas das partículas; os planetas têm efeitos subtis na corrente. Dado que as posições dos planetas estão em constante mudança, estas partículas passam mais perto das mesmas em certas revoluções do que noutras - divergindo partes da corrente, alargando e dividindo-a.
Então o que era originalmente uma corrente separa-se numa nuvem de correntes mais pequenas e de partículas isoladas em órbitas individuais, atravessando a órbita da Terra a alturas ainda mais separadas do ano e vindo de direcções mais espalhadas até que se misturam completamente com a nuvem de poeira geral no Sistema Solar.
Dr. Victor Clube, astrofísico inglês e especialista em cometas e cosmologia, indicou em 1992 que a corrente de meteoros das Táuridas continha tavez meia-dúzia de asteróides cujas órbitas os colocam com firmeza na corrente. Clube e seus colegas argumentam que o alcance da órbita das Táuridas indica que foram todas libertadas por um grande cometa, originalmente com 170 km ou mais em diâmetro, que entrou no Sistema Solar há uns 20.000 anos atrás.
Há 10.000 anos atrás, foi dissecado e quebrado; o Cometa Encke pode ser na realidade o maior bocado que resta.
O Encke é o cometa com o menor período orbital conhecido, demorando apenas 3,3 anos para completar uma órbita em torno do Sol. O especialista em meteoros, David Asher, descobriu que a Terra pode periodicamente encontrar enxames de partículas maiores em certos anos e prevê-se que 2008 seja um desses anos.
Na edição de Setembro de 2008 da revista da Sociedade Americana de Meteoros, Robert Lunsford escreve: "O máximo para o ramo do Sul ocorre perto de 5 de Novembro e o ramo do Norte alcança o pico perto de 12 de Novembro. Este ano a Lua favorece a observação durante a primeira semana de Novembro mas as Táuridas Norte atingem o pico apenas um dia antes da Lua Cheia."
Os dois radiantes situam-se a Sul das Plêiades. Por isso durante as próximas duas semanas, se vir um meteoro brilhante, ligeiramente alaranjado, a percorrer na direção contrária a essa famosa pequena coleção de estrelas, pode ter a certeza que é uma Táurida.
Lunsford acrescenta: "2005 foi o último ano do enxame... Foram observadas muitas bolas de fogo excepcionais no início do mês, tão brilhantes como a Lua Cheia."
Será que 2008 irá oferecer-nos uma performance parecida? Apenas o saberemos se formos para a rua e observarmos o céu!


Fonte: Astronomia On Line

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