Brasil cria o soro anti veneno de abelha
Os sintomas provocados por uma ferroada de vespa ou abelha numa pessoa são mais de cinqüenta, indo do simples ardor no local da ferroada a convulsões e passando pelo "edema de glote", quando o indivíduo não consegue respirar.
Todas essas reações acontecem rápido, entre dois e três minutos, por isso o socorro precisa ser imediato.
É impossível saber quais sintomas uma pessoa desenvolverá ao receber a ferroada. Mesmo quem tem apenas sintomas leves no momento da emergência deve procurar depois um médico imunologista, porque o veneno pode causar danos posteriores ao organismo, atacando órgãos como o coração e os rins.
É de dentro dos laboratórios do CEIS que saem os kits para detectar alergias ao veneno de abelhas e vespas, além dos soros que combatem as complicações que o veneno provoca no organismo dos seres humanos.
O Centro de Estudos de Insetos Sociais (CEIS), localizada no campus da Unesp de Rio Claro, é, nas esferas médica e acadêmica, uma referência nacional e internacional nas pesquisas sobre abelhas e vespas.
Os antídotos produzidos pelos pesquisadores da Unesp em Rio Claro são utilizados para o tratamento de reações alérgicas a ferroadas de abelhas e vespas, realizados pelos renomados Hospital das Clínicas e Instituto do Coração de São Paulo.
Na coordenação de equipe de pesquisadores está o professor doutor Mário Sérgio Palma, um especialista que tem a paciência de explicar aos menos informados que vespas e abelhas não são o mesmo inseto, e que elas não picam, e sim ferroam suas vítimas. Ele foi pioneiro ao demonstrar a necessidade de se desenvolver soros específicos para o tratamento contra o veneno de espécies de abelhas e vespas encontradas no Brasil.
Ao provar que os remédios produzidos na Europa e na Ásia não faziam efeito nas vítimas, devido às diferenças encontradas no veneno das abelhas brasileiras, Palma incentivou o início das pesquisas no território nacional. As iniciativas do professor renderam vários prêmios da Sociedade Brasileira de Alergia e Imunopatologia ao CEIS e o reconhecimento de Palma como uma autoridade no assunto.
Para Palma, o ideal é chegar ao ponto de permitir que o antídoto seja disponibilizado para toda a rede pública de hospitais, já que o tempo de socorro é fator determinante para salvar uma vítima de ferroada que desenvolva sintomas mais graves.
O resultado são avanços como a descoberta de quais são as moléculas presentes no veneno dos insetos que causam as inflamações, alergias e danos ao organismo. A batalha é árdua, já que dentro da fauna brasileira é possível encontrar mais de 500 espécies só de vespa, cada uma com suas diferentes características. Por isso é fundamental que nos casos de ferroadas o inseto seja levado ao médico para que faça o reconhecimento.
Fonte: Universia
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