Radiotelescópio Allen: em busca de vida extraterrestre
Praticamente ninguém duvida que possa existir vida em algum local do universo. Existem centenas de milhares de galáxias e a possibilidade de haver vida, mesmo que microscópica, em algum planeta distante é muito grande. No entanto, até agora nada foi achado.
Se encontrar vida microscópica é tão difícil, imagine então tentar encontrar vida inteligente. É uma tarefa quase impossível, mas os esforços para tentar detectar algum sinal emitido de algum local do espaço não param e têm consumido o tempo de diversos pesquisadores, e por que não dizer, muitos milhões de dólares também.
Na tentativa de aumentar a capacidade de busca de sinais extraterrestres, começou a operar na Califórnia, EUA, o Radiotelescópio Allen, também chamado de ATA, que deverá ajudar os cientistas do projeto SETI nesta hercúlea tarefa.O radiotelescópio entrou em operação com 42 antenas de seis metros de diâmetro cada uma, mas quando completamente construído formará um gigantesco arranjo de 350 antenas parabólicas apontadas para o céu.
O ATA é o primeiro radiotelescópio dedicado exclusivamente ao Projeto SETI (Search for Extraterrestrial Intelligence ou Busca por inteligência Extraterrestre) e leva o nome de Radiotelescópio Allen em homenagem ao maior financiador de sua construção, o co-fundador da Microsoft, Paul Allen.
Na busca por sinais extraterrestres o Projeto SETI tem usado o tempo ocioso de diversos radiotelescópios espalhados pelo mundo, como Arecibo, em Porto Rico. Isso não permite uma observação sistemática, já que os equipamentos também são usados com outras finalidades.Com a entrada em operação do ATA as coisas devem mudar, permitindo monitoramento dos sinais que chegam do espaço durante 24 horas por dia. "Esta é a primeira vez que teremos um radiotelescópio só para nós e principalmente, com as características que determinamos", disse Jill Tarter, um dos diretores do Projeto SETI.
O ATA vai monitorar freqüências entre 1 e 10 gigahertz, uma região do espectro eletromagnético praticamente livre da interferência de outras fontes de ruído, como as emissões vindas de elétrons em movimento ao redor dos campos magnéticos das galáxias. Segundo Tarter, "a única fonte de ruído será a radiação cósmica de fundo", se referindo à radiação remanescente do Big Bang, cujo sinal vem sendo continuamente estudado.Apesar de ser desenvolvido na tentativa de estudo de sinais inteligentes, o ATA também será usado para pesquisas em astrofísica, já que possui largo campo de visão, tornando-o ideal para observações do céu em larga escala. "Enquanto o ATA estiver sendo usado na pesquisa astronômica, poderá, simultaneamente, captar os sinais das estrelas naquela direção", disse Jack Welch, professor da Universidade da Califórnia e projetista do sistema de recepção do ATA.Cada uma das antenas que compõe o radiotelescópio tem um custo aproximado de 100 mil dólares. "Ainda estamos buscando outros investidores para construir mais antenas. Quem estiver interessado poderá doar uma ou duas e colocar o próprio nome nelas" disse Welch. Paul Allen, co-fundador da Microsoft, doou US$ 25 milhões para a construção da fase inicial do projeto e outros patrocinadores estão sendo cogitados para contribuir com outros US$ 25 milhões para a finalização do projeto.
O ATA será capaz de cobrir uma área do céu 17 vezes maior do que é possível com o Very Large Array, um dos maiores observatórios radioastronômicos do mundo, no Estado do Novo México.
Espera-se que o ATA ainda contribua na pesquisa de outros fenômenos astronômicos, como supernovas e buracos negros.
O observatório de Arecibo
O observatório de Porto Rico é considerado o de maior antena curva do planeta. Seu radiotelescópio é o mais sensível do mundo.
Segundo seu site, enquanto outros radiotelescópios precisam de várias horas para analisar uma fonte de rádio, o de Arecibo demora poucos minutos.
Para isso, tem um disco refletor de 305 metros de diâmetro e mais de 50 de profundidade numa área de pouco mais de quatro hectares.Sua superfície é formada por aproximadamente 40 mil painéis de alumínio perfurados, suspensos por uma rede de cabos de aço sobre uma base de 900 toneladas que se desloca mediante a ação de 26 motores.Até agora, o radiotelescópio de Arecibo concentrou seu trabalho no estudo dos planetas, cometas e pulsares, assim como os quasares e as galáxias que emitem ondas de rádio.
O observatório de Very Large Array
Localizado no Novo México, com 27 antenas, cada uma com 25 metros de diâmetro, este é um dos mais poderosos rádio-telescópios existente. As observações obtidas por cada uma das antenas são combinadas electronicamente (por interferometria) de forma a simular as observações que se poderiam obter usando uma super-antena muito mais poderosa, com características que dependem da configuração particular em causa. É que as antenas estão colocadas sobre carris, ao longo de um enorme Y, e podem ser deslocadas (apesar das 230 toneladas de cada uma) para ocuparem diferentes localizações, de acordo com os objectivos de determinada observação astronómica.Na configuração mais extensa, as antenas encontram-se espalhadas por cada um dos braços do Y, até cerca de 21 km do centro. Nesta configuração, o VLA possui a resolução que seria possível obter com uma única antena de 36 km de diâmetro. É possível também ter as antenas em configurações mais compactas, mais indicadas para obter informação sobre estruturas extensas e ténues no céu. Em outra configuração, as 27 antenas encontram-se todas a menos de 0.6 km do centro - tão próximas que é necessário ter cuidado com uma antena tapar a visão da vizinha.
Ao contrário do que acontece com a maioria dos telescópios ópticos, as observações com o VLA não necessitam de ter o próprio astrónomo "interessado" presente. Fornecidos os detalhes do projecto de investigação, os funcionários do VLA encarregam-se de operar o telescópio da melhor maneira possível.
Fonte: Apolo 11 / UOL / BBC / O Observatório
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