quinta-feira, setembro 11, 2008

Você sabia?

Você sabia que um extraordinário exemplo de precisão matemática são as células construídas pelas abelhas, as quais são hexagonais, com base piramidal de três lados iguais?

Acerca da maravilha arquitetônica desse pequeno inseto, Huberto Rohden escreveu: Em princípio do século 18, o célebre naturalista Réaumur propôs à argúcia dos profissionais o seguinte problema: "Construa-se um prisma hexagonal limitado por paralelogramos e base piramidal de três rombos iguais. Que tamanho deverão apresentar os respectivos ângulos da base para que o vaso comporte a maior capacidade possível, com um gasto mínimo de material?"
Grande número de eminentes sábios tomou parte no certame, entre eles, o abalizado matemático Koenig. Apurou este que os ângulos maiores deviam apresentar 109 graus e 26 minutos, e os menores 70 graus e 34 minutos. O resultado parecia satisfatório; nem houve quem contradissesse ao afamado cientista. Não houve? Houve, sim, e foi uma criatura bem miudinha - a abelha.
Esse abelhudo cidadão teve a sem-cerimônia de não fazer caso dos cálculos do homo sapiens, continuando a construir imperturbavelmente as suas tradicionais células, com os respectivos ângulos de 109 graus e 28 minutos, os maiores - e de 70 graus e 32 minutos os menores. A diferença era insignificante, apenas de dois minutos em cada ângulo; mas existia; devia, portanto, haver erro de uma ou de outra parte.
O fato deu para muito quebra-cabeça. Puseram-se os sábios a examinar grande número de células em diversas colmeias, mas todas elas obedeciam à mesma bitola, não se encontrando uma só abelhinha que se decidisse pelas proporções da ciência humana.
Ter-se-ia a abelha enganado? Estariam em erro os profissionais da nossa inteligente raça? À falta de uma solução satisfatória, foi a questão caindo, a pouco, no olvido [esquecimento], em tácito desconceito dos himenópteros.
Eis senão quando um fato inesperado vem projetar nova luz sobre o problema! Acontece que um navio mercante dá num escolho e faz água. Responsabilizado pelo desastre, o comandante prova não haver culpabilidade de sua parte, porque se guiara exatamente pelas tabelas logarítmicas das escolas náuticas do país. Foram essas tabelas submetidas a uma rigorosa averiguação, e descobriu-se nelas um erro insignificante, mas bastante para fazer desviar um navio do seu rumo primitivo.
Ora, dessas mesmas tabelas é que Koenig se tinha servido na solução do problema
de Réaumur. Estava, pois, errada a base do cálculo. Reconstruído sobre a verdadeira base, o cálculo de Koenig coincidiu perfeitamente com a antiquíssima tradição do povo das abelhas.
Para formar o desejado volume, deviam os ângulos obtusos ter 109 graus e 28 minutos, e os agudos 70 graus e 32 minutos - justamente como a abelha os construía desde os tempos pré-históricos.
Grande vitória? O inseto derrotando o homo sapiens num certame de matemática! Quantos anos de trabalhos e canseiras não passa o homem para penetrar nos segredos da matemática, das equações, das raízes quadradas e cúbicas, dos cálculos diferenciais e infinitesimais! Que cabedal de esforço intelectual para desvendar os mistérios da geometria e da trigonometria! Segredos esses que uma desprezível abelhinha conhece, e sabe aproveitar com infalível segurança, desde o primeiro momento da sua existência.


Fonte: Maravilhas Do Universo

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