Você sabia que o GP da Austrália de 1991 foi a corrida mais curta na história da Formula 1, durando apenas 14 voltas?
Como os mais antigos sabem, até 1995, o GP da Austrália detinha dois fatos: era disputado em Adelaide, e era o último GP da temporada. E como muitas das vezes o título era atribuído antes deste GP, o ambiente era muito mais descontraído do que o habitual. Em 1991, isso não fugiu à regra, com o brasileiro Ayrton Senna a conquistar o seu tri-campeonato, perante um Williams de Nigel Mansell, claramente em alta, preconizando futuras conquistas. Claro, nem tudo estava calmo na Formula 1. Depois do GP do Japão, o francês Alain Prost tinha sido despedido da Ferrari, por ter chamado “camião” ao seu bólide, e foi substituído por Gianni Morbidelli.Os treinos foram calmos, com Senna (na sua 60ª pole-position da sua carreira) e Berger a monopolizarem a primeira linha, levando a melhor sobre Mansell e Patrese, com estes a serem disputados em piso seco. E porque digo isso? Porque o dia da corrida foi algo muito diferente.O dia começou com ameaça de chuva, e na hora em que começou a corrida, uma tempestade abateu-se sobre Adelaide. Os pilotos não queriam correr naquelas condições, mas havia demasiadas coisas em jogo (transmissões de TV, patrocinadores) para que a corrida fosse simplesmente cancelada. A partida foi dada, e os McLaren mantiveram as suas posições. Tudo esteve bem até à volta 5, quando o japonês Nakajima abandonou. A partir daí, começa o descalabro: Na volta seis, o estreante Schumacher despista-se e bate em Alesi. O acidente envolve também Nicola Larini e Pierluigi Martini, fazendo com que a Recta Brabham se tornasse muito mais curta do que o habitual.Entretanto, Mansell tinha-se livrado de Berger e estava na peugada de Senna. Mas com o tempo a piorar, os despistes sucedem-se. Na volta 13, o March do brasieliro Mauricio Gugelmin tem um violento despiste no muro das boxes, quase caindo para dentro do “pit-lane” ferindo dois comissários. Na mesma volta, Mansell despista-se, magoando-se num pé.
Estávamos na volta 16. O diretor de prova, o belga Roland Bruynserade, decide mostrar a bandeira vermelha, interrompendo a corrida. Nos 50 minutos seguintes, são mostrados várias placas de 10 minutos, avisando os pilotos que a prova poderia continuar. Mas uma hora depois, e sem sinal da chuva abrandar, a corrida é terminada. Senna é declarado vencedor, mas só obtêm metade dos pontos.A seguir a ele, ficam Mansell, Berger, Piquet, Patrese e o Ferrari de Morbidelli, conquistando assim meio ponto.
Senna desabafou: “Cometemos hoje o erro de termos começado a corrida”, algo corroborado por Mansell e Alesi: “Não se via nada!”
E assim terminava a corrida mais curta de sempre. Uma prova que marcava a despedida de dois grandes pilotos: Nelson Piquet e Satoru Nakajima, o primeiro piloto japonês com importância, e que dois anos antes, numa corrida também marcada pela chuva, tinha alcançado a sua única volta mais rápida...
Fonte: Continental Circus
sexta-feira, setembro 19, 2008
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário