O problema do "lixo-pneu"
Foi a ABIP (Associação Brasileira da Indústria de Pneus Remoldados) que no ano de 1994, liderou o Termo de Cooperação entre o IBAMA, o IPT e a ABIP com o objetivo de pesquisar em todo o mundo as melhores opções para a reciclagem de pneus inservíveis, com o objetivo de apoiar a luta política que passou a liderar no Congresso Nacional, para a aprovação de texto legal que obrigasse as empresas fabricantes e as importadoras a coletar e destruir os pneus inservíveis existentes no território nacional, na proporção da participação de cada uma delas no mercado.
Norma pioneira no mundo, obriga fabricantes e importadores de pneus a destruírem pneus inservíveis na proporção dos pneus que importam ou fabricam. Entretanto ela não vem sendo cumprida exclusivamente pelas multinacionais dos pneus, sob a singela alegação de que não conseguem encontrar pneus velhos jogados na natureza.
Infelizmente, depois de aprovado nas comissões temáticas e quando estava para ser referendado pelo plenário da Câmara Federal, o projeto foi retirado de pauta sob argumentos emanados das empresas multinacionais fabricantes de pneus no Brasil, representadas por sua associação de classe, a ANIP – Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos, que insistiam em afirmar: “reciclar é inviável economicamente”.
Porém, em 1999 a Resolução CONAMA nº 258/99 resolveu de forma eficaz e definitiva o problema do "lixo-pneu". Foi a luta da ABIP que conduziu o Congresso Nacional ao consenso em relação à proposta em questão e tomou conta do entendimento da sociedade. Podemos afirmar, sem medo de errar, que sem a ação da ABIP, a busca da solução para o problema do “lixo-pneu” ainda estaria fazendo parte da preocupação dos brasileiros.
O bom exemplo
O Programa Rodando Limpo, implementado inicialmente no Paraná e mais tarde nos Estados do Nordeste e com previsão para ser implantado em todas as unidades da federação, promove a coleta dos pneus inservíveis que estão poluindo a natureza e os encaminha para uso, como fonte de energia e matéria prima, em fábricas de cimento de todo o país, substituindo coque de petróleo importado.
A empresa BS Colway Pneus já recolheu no Paraná o número significativo de mais de 13 milhões de pneus inservíveis do meio ambiente, quantidade expressiva para o Brasil. Na Paraíba, Pernambuco, Alagoas e Minas Gerais, foram recolhidos 3 milhões de pneus inservíveis.
Esses pneus são picados por máquinas importadas pela BS Colway Pneus e instaladas na Cimentos Rio Branco, do grupo Votorantim, no Paraná. Lá os pneus coletados, depois de picados, são utilizados como fonte de energia ecológica e como matéria-prima (as malhas de aço existentes nos pneus se desprendem em alta temperatura e se incorporam ao cimento, substituindo o minério de ferro utilizado em sua fabricação).
Ao substituir coque de petróleo importado, o processamento de pneus nas fábricas de cimento promove economia de divisas ao País, economizam recursos naturais não renováveis (petróleo), além de serem muito menos poluentes do que o cóque de petróleo, em processo de risco zero para o meio ambiente.
Além dos dirigentes da BS Colway Pneus terem formulado a proposição da Resolução Conama 258/99, promovendo seu debate e aprovação, fica o grande exemplo de terem sido os primeiros a cumprí-la.
A Guerra dos Pneus
Infelizmente, na chamada Guerra dos Pneus, parte da sociedade brasileira ainda se deixa levar por autointitulados ambientalistas que mantêm o preconceito contra os pneus usados importados. De má-fé, é negado à opinião pública o fato de que, ao usá-los como matéria-prima, os remoldados promovem a economia de 20 litros de petróleo que seriam necessários à fabricação de um pneu novo – e de 40 litros no caso dos pneus de caminhonete.
O compromisso de defesa do meio ambiente começa justamente na economia de petróleo, por razões já mencionadas e adqüiriu sua melhor expressão por intermédio do Programa Rodando Limpo, que foi aplaudido no Fórum Rio+10 (ECO 2002), em Johannesburg, onde foi aprovado pela ONU, que passou a indicá-lo aos seus países membros como exemplo de responsabilidade pós-consumo.
Fontes: Abip / Programa Rodando Limpo
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