domingo, agosto 03, 2008

BICHOS ESTRANHOS

Lampréia

As lampréias são peixes de água doce com forma de enguias, mas sem maxilas. A boca está transformada numa ventosa circular com o próprio diâmetro do corpo, reforçada por um anel de cartilagem e armada com uma língua-raspadora igualmente cartilaginosa.
Os olhos são relativamente grandes, estão equipados de cristalino, mas não possuem músculos oculares intrínsecos, como os restantes vertebrados. Por trás deles, abrem-se sete fendas branquiais. Uma outra característica deste grupo de peixes é a inexistência de verdadeiros arcos branquiais – a câmara branquial é reforçada externamente por um cesto branquial cartilagíneo.
A ventosa que forma a boca da lampréia funciona como tal através de um complexo mecanismo que age como uma bomba de sucção: inclui um pistão, o velum e uma depressão na cavidade bucal, o hydrosinus.
Algumas espécies são parasitas, fixando-se a outros peixes, cuja pele abrem com a sua língua-raspadora e sugam-lhes o sangue. Esta é também uma forma de se deslocarem.
A ventosa bucal também lhes serve para se agarrarem a pedras ou vegetação aquática para descansarem. Por esta razão, em alguns locais da Europa são conhecidas por "suga-pedra".
As lampréias não têm um esqueleto mineralizado, mas encontram-se regiões de cartilagem calcificada no seu endoesqueleto.
O crânio é composto por placas cartilagíneas, como o das mixinas, mas é mais complexo e inclui uma verdadeira caixa craniana onde está alojado o cérebro.
Tanto as lampréias marinhas como as de água doce se reproduzem em rios. A sua vida como larva pode durar até sete anos, é sempre passada no rio onde nascem. A certa altura, elas sofrem uma metamorfose e transformam-se em adultos.
As espécies anádromas migram para o mar depois da metamorfose, onde se desenvolvem e atingem a maturação sexual. Este processo pode durar um ou dois anos. Quando atingem a maturidade sexual, as lampréias entram num rio, reproduzem-se e morrem.
Cada fêmea gera milhares de ovos pequenos e sem reservas nutritivas. Os ovos são enterrados em "ninhos" cavados no fundo.
A larva, chamada de ammocoetes, tem um tamanho máximo de 10 cm, enquanto que os adultos podem ultrapassar 120 cm. As lampréias sofrem um desenvolvimento larvar que pode durar até sete anos, passando-se sempre em água doce.
Existem registos fósseis de lampréias desde o período Carbônico superior, com cerca de 280 milhões de anos de idade.
A poluição dos rios, à qual as larvas são especialmente sensíveis, tem sido a causa da sua quase extinção em muitos rios da Europa.
Várias espécies de lampréia são consumidas como alimento.


Fonte: Wikipédia

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