

A técnica é antiga. Há séculos que tais vermes, especialmente os da espécie de água doce Hirudo medicinalis, são empregados para promover sangrias ou em outras terapias. A novidade é que estudos recentes têm mostrado que a utilização é muito maior, podendo ser aplicados, por exemplo, para reduzir a dor em pacientes com osteoartrite ou mesmo para restaurar a mobilidade perdida com a doença.

Em diversos experimentos preliminares, incluindo um com 24 voluntários, os pesquisadores colocaram até seis sanguessugas nas juntas dos pacientes, deixando-os ali por cerca de uma hora. Os vermes chegaram a ingerir sangue até dez vezes seu peso corporal.

Após os primeiros estudos, Michalsen e Dobos realizaram um muito maior, ainda não publicado, com 400 pacientes. O resultado foi ainda melhor, com 80% anotando uma significativa redução na dor uma semana após o tratamento. Seis meses depois, 40% disseram que ainda conseguiam perceber os benefícios.

Os pesquisadores alemães querem agora resultados mais conclusivos que indiquem os motivos do efeito verificado. À medida que o verme morde, ele injeta um complexo coquetel de proteínas no hospedeiro, por meio da saliva. Isso pode ser responsável pelos efeitos terapêuticos. O que se sabe, é que a saliva do verme contém pelo menos uma molécula antiinflamatória, chamada de "inibidora da triptase derivada da sanguessuga".
Outra molécula conhecida produzida pelo animal é a hirudina, descoberta há mais de um século. Trata-se de uma proteína que impede a coagulação do sangue. Uma forma sintética de hirudina é vendida na forma do medicamento Refludan e os pesquisadores acreditam que muitas outros remédios derivados da sanguessuga serão descobertos no futuro.

Fonte: Terra
Nenhum comentário:
Postar um comentário